Salário mínimo ideal de agosto deveria ter sido de R$ 6.754,33

Em algumas capitais, uma cesta básica compromete mas de 60% do salário mínimo, que em um mundo ideal, deveria ser de R$ 6.756

O salário mínimo ideal, aquele que seria suficiente para que uma família de quatro pessoas viva com dignidade, deveria ter sido de R$ 6.754,33 no último mês de agosto. Ao menos é o que indica a nova projeção do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). O salário mínimo real hoje é de R$ 1.212.

Estamos falando, portanto, de um salário ideal 5,2 vezes maior do que o real no Brasil hoje. O Dieese chegou neste número a partir dos preços das cestas básicas divulgadas por 17 capitais brasileiras. A estimativa é realizada todos os meses e leva em consideração os preceitos da Constituição Federal para os cidadãos brasileiros.

De acordo com a Constituição, todo indivíduo deve receber um salário mínimo que seja suficiente para pagar as mais variadas despesas do cotidiano. O documento fala em alimentação, moradia, educação, saúde, vestuário, lazer, previdência, higiene e transporte para si e também para todos os integrantes da sua família.

Segundo os dados, o salário mínimo de R$ 1.212 está dando apenas para comprar o básico. Em São Paulo, um cidadão que recebe apenas este montante precisa gastar quase 60% do seu ganho mensal apenas com a cesta básica, que na capital está custando em média R$ 749,78, também segundo os dados do Dieese.

São Paulo, aliás, é a capital com a cesta básica mais cara do Brasil. Entretanto, ela não está sozinha. O Dieese aponta que todas as 17 capitais brasileiras com dados analisados registraram um aumento no preço da cesta básica em comparação com agosto do ano passado. Tudo por causa da elevação da inflação no país.

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Salário x fome

Se está difícil para quem precisa viver apenas com o salário mínimo, imagine então como a situação está para aqueles que vivem apenas com o dinheiro do Auxílio Brasil. Estamos falando de um patamar que gira em média dos R$ 605.

Com este patamar, o cidadão simplesmente não consegue comprar o básico de comida no mês em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre. Isso sem contar que o cidadão também precisa fazer outras despesas como aluguel, por exemplo.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que exista fome no Brasil, ao menos no nível que apontam as principais pesquisas. O chefe de estado disse que os números estariam inflados. A declaração causou polêmica.

“Se for a qualquer padaria aqui, não tem ninguém pedindo ali pedindo para você comprar o pão para ele, isso não existe. Eu falando isso estou perdendo votos, mas a verdade você não pode deixar de dizer”, disse o presidente em entrevista.

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