Armínio Fraga reacende polêmica e sugere 6 anos sem aumento real do salário mínimo

Em mais uma declaração polêmica, um dos economistas mais respeitados do país voltou a defender congelamento do salário mínimo
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O ex-presidente do Banco Central (BC), e um dos economistas mais respeitados do país, Armínio Fraga, voltou a provocar debates ao propor o congelamento do salário mínimo por seis anos.

Segundo ele, a medida, que manteria o valor apenas corrigido pela inflação do ano anterior, seria essencial para o equilíbrio fiscal do Brasil e, no longo prazo, traria benefícios até mesmo à população mais pobre.

A fala, que reacende uma proposta feita por Fraga no mês passado durante um evento nos Estados Unidos, foi reforçada em entrevista ao jornal O Globo. 

Na ocasião, ele apontou supostos riscos da atual situação fiscal e defendeu que o país precisa fazer um forte ajuste nas contas públicas.

A proposta de Armínio Fraga

Na visão de Fraga, manter o salário mínimo congelado por seis anos (sem ganho real, apenas correção inflacionária), pode gerar uma economia de 1 ponto percentual do PIB ao fim desse período;

Além disso, ele também indicou um ajuste fiscal mais amplo, com meta de economizar até 3% do PIB;

O economista defendeu ainda corte de gastos tributários, como regimes especiais de IR e subsídios do BNDES, e uma reforma mais profunda da previdência, considerada urgente.

Por fim, ele defendeu que não é preciso aplicar cortes em saúde e em educação, mas sim naquilo que ele chamou de “gastos distorcidos”.

Ao comentar a reforma fiscal promovida pelo presidente da Argentina, Javier Milei, Fraga reconhece méritos, embora critique a forma como foi feita: “meio tosca”.

Ainda assim, ele vê no exemplo argentino uma tentativa de enfrentar de forma direta os desequilíbrios fiscais, algo que, segundo ele, o Brasil também precisa encarar com urgência.

“Espetacular para os pobres”

A frase dita por Fraga sobre o impacto positivo da proposta nos mais pobres gerou reações intensas nas redes e entre especialistas. 

O economista argumenta que, embora impopular no curto prazo, a medida contribuiria para a queda dos juros no país, atração de investimentos e maior geração de empregos no médio e longo prazo.

Segundo ele, o gasto com a folha de pagamentos e a previdência já consome cerca de 80% do orçamento federal, limitando a capacidade do governo de investir em áreas essenciais.

Por outro lado, críticos afirmam que, ao cortar o salário mínimo, a população, que já está sofrendo com os altos números da inflação, passaria a sofrer ainda mais, o que poderia gerar um aumento da fome e da desigualdade social como um todo.

Ao menos até a publicação deste artigo, nenhum membro da equipe econômica do governo federal respondeu as críticas de Fraga.

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