Reajuste no salário mínimo: Paim diz que valor ainda é pouco, mas celebra avanço
Senador afirma que novo cálculo representa maior poder de compra em meio século, mas defende mais justiça social. Veja númerosO senador Paulo Paim (PT-RS) voltou a elogiar, nesta quarta-feira (9), a política de valorização do salário mínimo retomada pelo governo federal.
Durante discurso no plenário do Senado, ele destacou que o reajuste proposto para 2025, que eleva o piso nacional para R$ 1.630, marca um “avanço importante após anos de congelamento”.
Novo valor é baseado na inflação e no crescimento do PIB
A proposta consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLN 2/2025) e prevê que o salário mínimo volte a ser corrigido pela soma da inflação com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para Paim, essa política tem impacto direto na vida dos trabalhadores mais pobres.
“A valorização do salário mínimo é uma questão de justiça social, alinhada às necessidades básicas da população”, afirmou o senador.
Segundo ele, apesar de o valor ainda estar abaixo do ideal, o novo cálculo representa o maior poder de compra real do salário mínimo em 50 anos.
O que é a valorização do salário mínimo?
Mais do que simbólica, a valorização do salário mínimo tem efeito direto sobre a economia das famílias de baixa renda. O piso nacional serve de referência para aposentadorias, pensões e diversos benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Além disso, o reajuste impacta o valor de contratos de trabalho, principalmente na informalidade, onde o mínimo costuma ser usado como base para acordos verbais.
Paim defende que, ao fortalecer o salário mínimo, o governo estimula o consumo e movimenta a economia local, especialmente em regiões mais pobres do país.
Segundo ele, a política de valorização ajuda a reduzir desigualdades históricas e deve ser mantida como prioridade nos próximos anos.
Aumentar o salário mínimo de maneira real, ou seja, acima da inflação do ano anterior, foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Além do salário mínimo
Durante o mesmo discurso, Paim também lamentou episódios recentes de violência policial registrados no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
O senador apontou aquilo que chamou de “racismo estrutural” como fator por trás das abordagens violentas e cobrou mudanças na atuação das forças de segurança.
Ele voltou a defender a aprovação de um projeto de sua autoria, o PL 5.231/2020, que estabelece regras mais rigorosas para abordagens policiais com indício de discriminação.
A proposta já foi aprovada pelo Senado e está em análise na Câmara dos Deputados.
“Não digo que todo policial tem culpa. Muitas vezes ele age em defesa própria. Mas precisamos discutir esse tema com seriedade e propor reeducação nas práticas de segurança pública”, declarou.