Lula prepara aumento robusto no Bolsa Família para 2026? Bastidores revelam
Governo avalia reajuste “robusto” do Bolsa Família em 2026, mas decisão depende de espaço no Orçamento e pode virar trunfo eleitoral de LulaO futuro do Bolsa Família voltou ao centro das discussões dentro do governo federal. Nos bastidores, cresce a pressão para que o programa tenha um reajuste considerado “robusto” já em 2026.
A proposta é que o aumento supere a inflação e esteja previsto dentro do Orçamento do próximo ano. A medida, no entanto, ainda não foi oficializada.
Integrantes da área econômica dizem que não receberam orientações da Presidência para iniciar os cálculos e reforçam que, até agora, não existe debate técnico consolidado sobre o assunto.
Eleição e apelo popular pelo Bolsa Família
Um eventual aumento no valor do benefício seria uma carta importante para o presidente Lula durante o ano eleitoral.
Além do Bolsa Família, o governo trabalha com outras frentes de impacto direto na renda, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução da tributação para salários de até R$ 7,35 mil.
Desde fevereiro, quando o ministro Wellington Dias declarou que o reajuste estava “na mesa”, o tema tem sido tratado com cautela.
Na época, a declaração provocou desgaste interno, já que foi desmentido no mesmo dia pelo ministro Rui Costa e, depois, reiteradamente pela equipe econômica.
Mas vai caber no orçamento?
O grande desafio está no espaço fiscal. O PLOA 2026 não prevê reajuste no programa e, para abrir espaço, seria necessário cortar outras despesas.
Mesmo uma correção mais modesta, apenas para repor a inflação, exigiria medidas duras em pleno ano eleitoral.
Além disso, a arrecadação federal vem dando sinais de perda de fôlego.
Para equilibrar as contas, o governo depende da aprovação de propostas que podem render dezenas de bilhões de reais, como a MP 1303 e o PLP 182.
Pressão por reajuste no Bolsa Família e histórico recente
A lei do Bolsa Família autoriza reajustes a cada dois anos, mas não torna a medida obrigatória. Como o programa já caminha para dois anos sem correção, a pressão tende a aumentar.
Mesmo assim, o governo argumenta que os valores atuais estão em patamares historicamente altos e lembra que outras iniciativas, como o Vale Gás e o Pé-de-Meia, também reforçam a rede de apoio aos mais pobres.
Na eleição de 2022, Jair Bolsonaro elevou o valor do benefício na tentativa de melhorar a popularidade, mas o movimento não foi suficiente para garantir a reeleição.
Agora, Lula enfrenta o mesmo dilema: como ampliar o programa sem desorganizar a política fiscal nem provocar instabilidade no mercado.