Bolsa Família impulsiona aprovação de Lula em pesquisa Genial/Quaest
Pesquisa Genial/Quaest mostra que a aprovação de Lula subiu para 46%, puxada pelo Bolsa Família, Nordeste e eleitores idososA mais recente pesquisa Genial/Quaest trouxe um dado que chamou atenção: a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a subir e alcançou 46%.
Esse crescimento ocorre pelo segundo mês consecutivo e vem acompanhado de uma leve redução na taxa de desaprovação, que caiu para 51%.
O movimento de recuperação é explicado, principalmente, pelo desempenho em três grupos: Nordeste, beneficiários do Bolsa Família e eleitores com mais de 60 anos.
Esses segmentos foram decisivos para que a avaliação positiva de Lula apresentasse melhora em agosto.
Nordeste registra maior apoio ao presidente
Na análise regional, o Nordeste foi o grande destaque. A aprovação de Lula subiu de 53% para 60%, o maior índice do ano, enquanto a desaprovação caiu para 37%.
Foi a única região em que o presidente conseguiu inverter o quadro e ter mais eleitores a favor do que contra sua gestão.
No Sul também houve uma pequena melhora, de 35% para 38%, mas a rejeição segue bem acima, em 61%.
Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, agrupadas no levantamento, a aprovação passou de 40% para 44%. No Sudeste, a variação ficou dentro da margem de erro, com a aprovação em 42% e desaprovação em 55%.
Bolsa Família ajuda na recuperação da imagem
Outro ponto central foi a retomada da confiança dos beneficiários do Bolsa Família.
No início do ano, 61% dos participantes do programa avaliavam bem o governo, mas esse número vinha caindo até chegar a 50% em julho.
Em agosto, no entanto, o percentual subiu novamente para 60%, indicando recuperação da popularidade do presidente nesse público.
Entre aqueles que não recebem o benefício, a aprovação se mantém menor, em 43%.
Idosos puxam crescimento na aprovação
O levantamento também mostrou que o maior salto ocorreu entre os eleitores com 60 anos ou mais. Em julho, havia praticamente um empate técnico (48% aprovavam e 46% desaprovavam). Agora, o cenário mudou para 55% de aprovação contra 42% de desaprovação.
Na faixa etária entre 16 e 34 anos, a percepção também melhorou, mas a rejeição ainda supera a aprovação: 54% a 43%.
Alívio econômico e postura política
De acordo com Felipe Nunes, CEO da Quaest, a melhora na imagem do governo se deve a uma combinação de fatores.
A redução da pressão inflacionária, especialmente no preço dos alimentos, trouxe alívio às famílias.
Além disso, a reação de Lula contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras foi interpretada como um sinal de liderança.
Para 48% dos entrevistados, Lula e o PT foram os que mais se posicionaram corretamente diante da crise da tarifa. Bolsonaro e aliados ficaram com 28%.
Avaliação geral do governo
Mesmo com a recuperação, a percepção negativa ainda é superior. Segundo a pesquisa:
- 39% têm opinião negativa sobre o governo;
- 31% consideram a gestão positiva;
- 27% avaliam como regular;
- 3% não souberam ou não responderam.
Na comparação com julho, houve melhora: antes, 40% classificavam a gestão como negativa e apenas 28% como positiva.