Bolsa Família: milhões deixam a pobreza nos últimos dois anos; veja detalhes

Em dois anos, 14 milhões de brasileiros superaram a pobreza, mas milhões ainda dependem do Bolsa Família. Veja os números e entenda o cenário em 2025
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Nos últimos dois anos, o Brasil viveu uma transformação silenciosa, mas significativa. Mais de 14 milhões de pessoas superaram a linha da pobreza, segundo dados recentes do Cadastro Único (Cadúnico).

O avanço, no entanto, não significa o fim da dependência do Bolsa Família. Mesmo com mais emprego e renda, milhões de brasileiros seguem precisando do benefício para manter a estabilidade dentro de casa.

Queda histórica da pobreza no Brasil

O Cadúnico divide os lares em três grupos de renda:

  • Pobreza: até R$ 218 por pessoa;
  • Baixa renda: de R$ 218,01 até meio salário mínimo (R$ 759 em 2025);
  • Acima de meio salário mínimo: famílias que já não podem receber o Bolsa Família.

Em março de 2023, 26 milhões de famílias estavam na faixa de pobreza. 

Em agosto de 2025, esse número caiu para 19,5 milhões, uma redução de 25%. Hoje, menos da metade dos 41,1 milhões de lares inscritos no CadÚnico vivem em situação de pobreza.

Renda cresce mais entre os mais pobres

Estudos da FGV Social revelam que a renda da metade mais pobre do país subiu 19% em dois anos, descontada a inflação. Entre os 10% mais ricos, o crescimento foi menor: 11,6%.

“Há um boom trabalhista na metade mais pobre do país, o que ajuda a reduzir desigualdades”, explica Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

O movimento é impulsionado tanto pela queda do desemprego quanto pelo aumento da escolaridade, fatores que fortalecem a renda das famílias.

O Bolsa Família e a transição das famílias

Apesar da melhora econômica, os gastos com o Bolsa Família continuam altos. O programa saiu de R$ 113,5 bilhões em 2022 (quando ainda se chamava Auxílio Brasil) para R$ 166,9 bilhões em 2023. Em 2025, a previsão é de R$ 159,5 bilhões.

O governo mantém a chamada “regra de proteção”, que reduz gradualmente o valor do benefício para quem ultrapassa a linha da pobreza. Esse mecanismo busca garantir uma transição suave, já que a renda dos mais pobres costuma ser instável.

Mercado de trabalho absorve beneficiários

Outro dado surpreendente: 58% das novas vagas com carteira assinada no país foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família no primeiro semestre de 2025.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, esse avanço só é possível porque o CadÚnico passou a integrar dados formais de renda, cruzando informações com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).

Para a secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, a ideia de que beneficiários não querem trabalhar é mito:

“Os números mostram o contrário. O público do Bolsa Família é justamente o que mais entra no mercado de trabalho.”

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