Entidades pedem que Lula tire Bolsa Família do arcabouço fiscal

Em carta, organização que representa mais de 100 entidades pedem que Lula retire os gastos com o Bolsa Família de dentro da regra do arcabouço fiscal

O Congresso Nacional deve votar ainda nesta quarta-feira (17) o texto do arcabouço fiscal. Trata-se do documento que deve substituir o atual teto de gastos, e que terá o objetivo de controlar o aumento das despesas pelos próximos anos. Mas mesmo horas antes da votação, o mérito do documento ainda está causando debates na sociedade.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, a Coalização Direitos Valem Mais, que reúne mais de 100 entidades de todo o país, deve enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles deverão pedir para que o petista retire os gastos com o Bolsa Família de dentro da regra do arcabouço fiscal.

Além disso, eles também devem pedir que outras despesas com saúde e educação sejam retirados do mesmo texto. Assim, o Governo teria liberdade para gastar parte importante do orçamento com estas frentes.

“O corte de gastos discricionários está implícito, prejudicando o enfrentamento dos desafios e da garantia de direitos, além de dificultar a manutenção de uma política de valorização do salário-mínimo”, diz o texto da carta que será enviada, e que foi antecipado pela jornalista Monica Bergamo.

“Caso não se conectem (o arcabouço e o PPA), haverá o risco de o PPA se transformar em um instrumento vazio, o que criaria disputas na distribuição de orçamento para as diversas instituições públicas”, diz trecho do documento.

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“A discussão sobre os rumos da política fiscal brasileira deve ser realizada de forma ampla, junto com a sociedade, e não de maneira apressada no Congresso Nacional“, completa outro trecho da nota que será entregue na presidência república.

O que diz o texto do arcabouço

Nesta semana, o relator da proposta de arcabouço fiscal, o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) entregou a sua versão final do documento. Ele indicou que os gastos com o Bolsa Família, saúde e educação estão dentro da regra fiscal. Em caso de aprovação, o Governo vai ter que seguir estas limitações.

O programa em si não corre o risco de não ser pago, mas considerando que o Governo Federal não consiga cumprir a sua meta fiscal em um determinado ano, ele ficaria proibido de aumentar valores de auxílios existentes, e também de criar novos benefícios sociais.

Caso a urgência do texto do arcabouço seja aprovada hoje, o documento deve seguir para votação em plenário na próxima semana. Logo depois, ainda vai precisar passar pela análise do Senado Federal. O Governo afirma que tem os votos suficientes para aprovar o projeto.

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