Investimento do FGTS no setor de habitação cresceu 40%
Esse crescimento se deve principalmente à expansão da carteira de crédito e ao valor dos subsídios concedidos, que atingiu R$ 11,4 bilhõesEm 2024, o investimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) no setor de habitação cresceu 40%, totalizando R$ 106,2 bilhões em desembolsos, conforme indicado no Demonstrativo Financeiro anual do fundo. No ano anterior, esse valor tinha sido de R$ 81,9 bilhões.
Esse crescimento se deve principalmente à expansão da carteira de crédito e ao valor dos subsídios concedidos, que atingiu R$ 11,4 bilhões — um aumento de 229,5% comparado ao ano anterior.
A carteira de crédito do FGTS aumentou de R$ 488,5 bilhões em 2023 para R$ 552,2 bilhões em 2024, resultando em uma alta de 13%.
Esse aprimoramento foi impulsionado por contratos focados em habitação popular, incluindo liquidações antecipadas de contratos de saneamento que somaram cerca de R$ 3 bilhões.
O retorno das operações cresceu de R$ 60,6 bilhões para R$ 75 bilhões, representando uma variação de 23,8%.
As despesas com subsídios do programa Minha Casa, Minha Vida, financiado por recursos do fundo, chegaram a R$ 11,4 bilhões, mostrando um aumento de 29,7% em relação ao ano anterior.
Em 2024, o FGTS registrou um recorde histórico em movimentações: a arrecadação bruta do fundo alcançou R$ 175,4 bilhões, a maior desde o início da série histórica em 2010, apresentando um crescimento de 9% em comparação a 2023, quando o valor arrecadado foi de R$ 163,3 bilhões.
Os saques totalizaram R$ 142,3 bilhões, com um aumento de 15% em relação aos R$ 123,6 bilhões do ano anterior. As principais razões para esse aumento foram as modalidades de saque-aniversário e saque-calamidade, com destaque para as liberações no Rio Grande do Sul.
A arrecadação líquida foi de R$ 33,1 bilhões, o que representa uma queda de 13% em comparação a 2023, mas ainda assim se configura como a segunda maior desde o início da série. O saldo das contas vinculadas teve um crescimento de cerca de 12%, passando de R$ 578,5 bilhões para R$ 651,7 bilhões.
No total, o ativo do FGTS em 2024 chegou a R$ 770,4 bilhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
Entretanto, o patrimônio líquido teve uma redução de 5,6%, ficando em R$ 118,7 bilhões, o que reflete a distribuição de resultados e a alocação de uma provisão de R$ 5,5 bilhões para garantir uma rentabilidade equivalente ao IPCA.
Apesar do crescimento nos investimentos habitacionais, o lucro líquido do FGTS caiu 41,8% em relação ao ano anterior, encerrando 2024 com R$ 13,6 bilhões. O resultado recorrente foi de R$ 11,8 bilhões, representando uma diminuição de 18,1% em comparação a 2023.
As receitas provenientes de empréstimos e financiamentos alcançaram R$ 30,2 bilhões, com uma diminuição de 7% em relação ao ano anterior, enquanto as receitas financeiras cairam 9,1%, atingindo R$ 16,9 bilhões.
As despesas com a remuneração das contas vinculadas também apresentaram uma queda, encerrando o ano em R$ 22,4 bilhões, o que representa uma diminuição de 14,1% sobre os valores de 2023.
As despesas operacionais adicionais somaram R$ 4 bilhões, apresentando um aumento de 23,1%. Além disso, os gastos relacionados à equivalência patrimonial alcançaram R$ 1,1 bilhão, refletindo um crescimento de 1045% em comparação ao ano anterior.
Em contraste, as receitas dessa mesma categoria diminuíram em 68%, totalizando R$ 2,9 bilhões no ano de 2024.