Mudança na correção do FGTS não preocupa governo, diz Ministro

Em entrevista, Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT) disse que mesmo que correção do FGTS seja alterada, equilíbrio fiscal está garantido

Uma possível mudança no sistema de correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não preocupa o Governo Federal. Ao menos foi o que disse o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT) em entrevista à Folha de São Paulo nesta segunda-feira (1). Ele disse que está acompanhando o julgamento sobre o caso de perto.

Quem está julgando uma possível mudança no sistema de correção do FGTS é o Supremo Tribunal Federal. O julgamento, aliás, já começou. Até agora, dois ministros votaram, e os dois pediram a mudança na correção do FGTS. O atual formato leva em consideração apenas a Taxa Referencial (TR) e mais 3% ao ano.

Embora afirme que o Governo não está preocupado com a decisão, Marinho argumenta que não existiria necessidade para a mudança.

“Vamos cumprir a decisão que o Supremo tomar, evidentemente. Do ponto de vista do funding (fonte de recursos para investimento), era melhor manter como está nas regras, TR mais 3%”, disse o Ministro na entrevista.

“Teve uma mudança de lei em 2016, que estabeleceu a distribuição do lucro sobre o patrimônio líquido. Pronto. De lá para cá, houve o crescimento do retorno e já está acima da regra da poupança”, seguiu o Ministro do Trabalho.

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“Evidentemente que tem avaliações mais catastrofistas, mas a priori não compromete o fundo”, completou.

Além da correção do FGTS

Na mesma entrevista, o Ministro do Trabalho pontuou uma série de outros assuntos. Veja na listagem abaixo.

  • Fim do Saque-aniversário do FGTS

“Não posso adiantar para não atrapalhar. Mas será ainda neste semestre.”

  • Endividamento dos trabalhadores

“Precisamos baixar o endividamento e ao mesmo tempo resolver o problema de crédito. Ter crédito, o mais barato possível para ajudar a economia a crescer, apesar do “empata gol” da economia aí, que é o Banco Central.”

“Não foi possível (atender o que as centrais queriam) considerando a situação que herdamos no país e na economia. Desastre, tragédia. O possível é o que nós apresentamos.”

“É um esforço imenso por parte do governo. Não significa que, no futuro, não tenhamos condições de voltar a falar dessa defasagem cobrada por parte das centrais.”

  • Aumento do trabalho escravo no Brasil

“Foi falta de fiscalização. Ele (o ex-presidente Jair Bolsonaro) pressionava para não haver. Houve resistência dos servidores. Esse ano nós vamos atingir 2 mil e pouco, o pessoal está trabalhando.”

  • Regulação do trabalho por aplicativo

“Estamos com meta de trabalhar isso no primeiro semestre. Há um falso debate sobre a reforma que o Temer fez. “Ah, o cidadão agora é um empreendedor e não quer ter vínculo”. Ter uma bicicleta e uma sacola nas costas, isso é ser empreendedor? Empreendedor pressupõe que ele regula seu preço.”

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