INSS pode explodir gastos em 2026: projeção passa de R$ 1 trilhão

Projeções do INSS indicam que os gastos previdenciários vão disparar em 2026, passando de R$ 1 trilhão com reajustes
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O bolso do governo deve pesar ainda mais em 2026. Segundo projeções oficiais, o INSS terá um salto bilionário nas despesas, impulsionado por reajustes, concessão de novos benefícios e pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que alterou regras do salário-maternidade.

O montante previsto assusta: serão R$ 87,2 bilhões a mais no próximo ano, levando a despesa previdenciária a atingir a impressionante marca de R$ 1,072 trilhão. 

Em 2025, o gasto está estimado em R$ 984,66 bilhões. O cálculo não inclui sentenças judiciais nem compensações com estados e municípios.

Decisão do STF pressiona os cofres públicos

Um dos pontos que mais pesa nessa conta é o impacto da decisão do STF, que retirou a exigência de dez contribuições mínimas de trabalhadoras autônomas para o acesso ao salário-maternidade. Apenas essa mudança deve gerar R$ 8,5 bilhões adicionais em 2026.

O governo teme também pedidos retroativos de seguradas que tiveram o benefício negado nos últimos cinco anos. 

Embora relevante, o impacto é menor do que os R$ 12 bilhões inicialmente calculados pela Previdência, valor usado como justificativa para mudanças nas regras fiscais.

PEC 66 e flexibilização fiscal

A PEC 66 surge nesse contexto como saída. O texto retira precatórios do limite de gastos e flexibiliza regras de pagamento de dívidas judiciais de estados e municípios. A estratégia, segundo a equipe econômica, abre espaço para novas despesas em ano eleitoral.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, chegou a afirmar que a ampliação do teto garantiria “neutralidade” diante da decisão do STF. Para o governo, isso significa quase R$ 4 bilhões extras para outras áreas em 2026.

Outros fatores que elevam a conta do INSS

Além do salário-maternidade, outros elementos ampliam o gasto previdenciário:

  • Reajuste do salário mínimo: estimado em 7,44%, custará R$ 34,04 bilhões, já que 45,3% dos segurados recebem o piso.
  • Correção da inflação para demais benefícios: terá impacto de R$ 25,8 bilhões.
  • Novos benefícios concedidos: o chamado “crescimento vegetativo” adiciona mais R$ 26,1 bilhões.

Em contrapartida, a mudança nas regras do auxílio-doença, agora com prazo reduzido no sistema Atestmed, deve trazer economia de R$ 2,8 bilhões. Ainda assim, técnicos alertam que a alteração pode provocar aumento na fila da perícia médica.

O impacto no INSS até 2029

A nota técnica do INSS, elaborada em julho, também projeta efeitos de longo prazo: entre R$ 10,6 bilhões e R$ 11,6 bilhões por ano de 2027 a 2029, somando R$ 42,3 bilhões em quatro anos.

Com esses números, o desafio é claro: o governo precisará encontrar espaço no orçamento para acomodar o crescimento da Previdência sem paralisar investimentos e serviços.

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