Como funciona contribuição ao INSS para quem é CLT e MEI
Dúvida é frequente entre os trabalhadores que exercem atividades concomitantesNão são raros os casos de trabalhadores e trabalhadoras que prestam serviços para mais de uma empresa, com modelos distintos de contratação.
Em uma delas, por exemplo, a pessoa pode ser celetista. Ou seja, tem o vínculo empregatício regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em outra, a sua relação é como Microempreendedor Individual (MEI).
Todavia, como fica a contribuição do INSS para quem é MEI e CLT ao mesmo tempo? Autônomos têm muito essa dúvida, afinal garantir o futuro é essencial. Vamos falar sobre isso na leitura a seguir.
Como é a aposentadoria do MEI?
Vamos adiantar que trabalhar em atividades concomitantes conta para a aposentadoria. Contudo, o contribuinte somente terá direito a aposentadoria por idade e no valor do salário mínimo. Vamos explicar as regras.
O MEI possui direito à aposentadoria através do Regime Geral de Previdência Social, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Este é responsável pelo pagamento das aposentadorias e dos demais benefícios dos trabalhadores brasileiros que contribuem com a Previdência Social.
Requisitos de idade para a aposentadoria do microempreendedor individual:
- para as mulheres, o mínimo é de 62 anos;
- para os homens, é de 65 anos.
Para ter acesso ao valor integral do benefício, o tempo mínimo de contribuição é de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
Recolhimento das contribuições à previdência pelo MEI
Diferentemente de trabalhadores com carteira assinada, o MEI é responsável pelo seu próprio recolhimento. Essa contribuição se dá através de uma alíquota percentual fixa, a qual o MEI deve recolher sobre o salário mínimo para ter direito a se aposentar. São elas:
- Para se enquadrar no Simples Nacional a alíquota é de 5%;
- Para ramos que não se enquadrem no Simples Nacional o percentual é de 11%.
O microempreendedor individual não tem direito a se aposentar por tempo de contribuição, mas pode adquirir esse direito através de recolhimento de alíquota maior do que a contribuição fixada de 5% ou de 11%.
O montante total que o MEI deve recolher ao INSS é de 20% sobre o salário mínimo; desse modo, a contribuição complementar, se ele recolhe 5%, é de 15% do salário mínimo, e, se ele recolhe 11%, deve ser de mais 9%.
Para isso, o microempreendedor individual deverá recolher também o valor complementar entre a alíquota fixa de 5% ou 11% até totalizar o montante de 20% sobre o valor do salário que deseja receber de renda ou que recebe atualmente e gostaria de manter, mas nunca ultrapassando o teto do INSS, que atualmente é de R$ 7.507,49.
Entre os valores citados, o único obrigatório é a alíquota fixa referente a 5% ou 11% sobre o salário mínimo. Essa contribuição confere ao MEI direitos a todos os benefícios do INSS, com exceção da aposentadoria por tempo de contribuição.
Como é o cálculo da aposentadoria?
Para o cálculo da aposentadoria com a nova reforma da previdência, o INSS passou a utilizar a média de todo o período de contribuição após 1994 desde quando o indivíduo começou o recolhimento.
Portanto, o valor da aposentadoria corresponderá a 60% mais 2% para cada ano de contribuição acima de 15 anos de contribuição para as mulheres, ou acima de 20 anos para os homens, até atingir 100%.
Caso o trabalhador mantenha registro sob regime CLT e seja MEI em atividade paralela, é necessário realizar as contribuições de ambos os regimes, por serem distintas e encaradas pela Previdência Social como atividades concomitantes.
Os benefícios de atividades concomitantes serão somados, respeitando o valor do teto de aposentadoria para cada atividade, seguindo as regras de cálculo dos setores público e privado.
Portanto, concluímos que o tempo para aposentar pode somar tanto ao período como MEI como ao de carteira.