Cresceu demais? Veja quando o MEI precisa virar ME e o que muda na prática

Empreendedores que atuam como MEI precisam ficar atentos: o crescimento do negócio pode obrigar a uma mudança de categoria
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Muitos brasileiros iniciam seus negócios como MEI por conta da simplicidade, da baixa carga tributária e da autonomia que o modelo oferece. No entanto, o sucesso pode exigir uma transição para Microempresa (ME).

Os principais motivos que exigem a mudança de MEI para ME são: 

  • Faturamento anual superior a R$ 81 mil
  • Contratação de mais de um funcionário
  • Atuação em atividades não permitidas ao MEI

Segundo a contadora Luana Bispo, da Agilize Contabilidade, essa mudança precisa ser estratégica para evitar autuações e custos retroativos. O novo enquadramento impõe:

  • Emissão de nota fiscal para pessoa física
  • Adesão ao Simples Nacional com alíquotas progressivas
  • Entrega de obrigações acessórias mensais
  • Gestão contábil mais detalhada

MEI para ME: muito além da burocracia

A mudança de categoria jurídica não é só técnica. Ela também é emocional.

A psicóloga Karine Pithon explica que o empreendedor passa a lidar com novos medos e pressões. “É uma fase que mexe com a identidade. Surgem dúvidas, cobranças e a necessidade de delegar mais”, diz.

Entre os desafios citados pela psicóloga, podemos citar: 

  • Medo de fracassar
  • Receio de perder liberdade
  • Autocobrança e sensação de não estar à altura

Karine afirma que crescer exige autoconhecimento e um novo olhar para o sucesso: mais estratégico, maduro e sustentável.

Mas calma. veja como garantir a transição segura do MEI para a ME

O planejamento é a chave para evitar surpresas desagradáveis na mudança de categoria.

Luana Bispo orienta que o faturamento seja monitorado mensalmente, com apoio contábil desde os primeiros sinais de crescimento. A contabilidade online pode ser uma grande aliada nesse momento.

Abaixo, você pode conferir dicas para evitar erros durante a transição: 

  • Organize a documentação fiscal com antecedência
  • Escolha corretamente o regime tributário
  • Evite atrasos na entrega de declarações obrigatórias
  • Mantenha um plano de crescimento estruturado

O impacto da formalização do ME vai além do CNPJ

Ao deixar de ser MEI, o empreendedor também passa a ter um papel ainda maior na economia brasileira.

Dados do Caged mostram que, apenas nos primeiros quatro meses de 2025, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por mais de 546 mil contratações formais, cerca de 60% do total no período.

Profissionalizar o negócio significa aumentar a capacidade de investir, contratar e crescer com segurança. E, como ressalta Karine, isso não significa abrir mão da liberdade:

“Crescer é um posicionamento. É garantir que o negócio tenha estrutura para prosperar de forma saudável.”

Em caso de dúvidas específicas sobre a sua situação, a dica é entrar em contato com um contador de sua confiança, ou mesmo com alguma universidade de direito que ofereça serviços gratuitos.

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