Por que o historiador deve saber sobre teoria da história?

A teoria da história tem o intuito de fazer análises sobre os discursos e formas de fazer a ciência e as narrativas visto que não podem ser feitas de qualquer forma. Existem, portanto, algumas regras que devem ser seguidas e que incluem uma análise que abrange tanto documentos escritos quanto cultura material ou uso das formas em um discurso.

Essa é uma das principais disciplinas para estimular o senso crítico que vai além de apenas decorar datas e expor para alunos ou palestras: história é muito além disso e envolve entender, interpretar e criar narrativas complexas e aprofundadas ao extrair das fontes algo que não está explícito.  

As análises podem ter os mais variados níveis de complexidade. Um exemplo é citado por Sophie Desplancques em sua obra “Egito Antigo” quando cita que o excesso de informações sobre o Egito Antigo pode ser desconcertante (DESPLANCQUES, 2009).

De acordo com a autora, não só a falta de fontes pode tornar a criação de uma linha narrativa, mas também o excesso delas. Para os estudos do Egito Antigo, muitas vezes há excesso de cultura material e de escritos (como a Pedra de Palermo ou Pedra de Roseta). Dessa forma, as informações contemporâneas acabam se contradizendo.   

Muitas vezes, encontra-se várias fontes completamente diferentes sobre uma mesma situação e é preciso se aprofundar muito para descobrir quais estão falando a verdade ou mentindo, ou então, se apesar da diferença todas as versões são verdadeiras.

Em alguns casos, dois ou mais relatos diferentes sobre o mesmo assunto podem ser verídicos e cabe justamente ao historiador realizar essa análise. Um exemplo disso é a ditadura brasileira que começou no ano de 1964. Existem brasileiros que viveram naquela época que argumentam que não houve militares e violência enquanto outros dizem que tudo isso existiu.   

Será que, necessariamente, um lado está certo enquanto o outro está errado? Para responder a essa pergunta, é crucial se perguntar sobre outros fatores como o local em que viveram cada uma das pessoas que fizeram essas afirmações, o que faziam, onde e se estudavam.

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