“Brasil está exausto de sacrificar aposentados”, diz Gleisi ao cobrar imposto dos super ricos

Ministra Gleisi Hoffmann defende justiça tributária e critica cortes sociais; governo quer taxar os mais ricos e rever isenções bilionárias
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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta segunda-feira (30) o que classificou como um modelo fiscal ultrapassado, baseado em cortes de direitos sociais. 

Em postagem na rede X (antigo Twitter), ela afirmou que o Brasil está “cansado de conversa de cortar políticas sociais, congelar o salário-mínimo e sacrificar os aposentados”. Para Gleisi, esse tipo de discurso apenas sustenta privilégios e amplia injustiças.

A ministra reforçou a necessidade de que o “andar de cima”, os mais ricos, contribuam de forma mais justa com o equilíbrio das contas públicas. A proposta central, segundo ela, é avançar na taxação dos super ricos e corrigir distorções históricas do sistema tributário brasileiro.

Espaço fiscal

Gleisi destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria “empenhado em equilibrar as contas públicas sem sacrificar os mais pobres”. Um dos dados apresentados por ela é a queda nas despesas primárias, que passaram de 19,6% para 18,6% do PIB entre 2023 e 2024.

A ministra também rechaçou a ideia de que investimentos sociais ou em infraestrutura estejam pressionando a dívida pública. Segundo Gleisi, o principal fator de desequilíbrio vem da política monetária da gestão anterior, que teria elevado os juros a patamares que podem levar o país a arcar com R$ 1 trilhão em pagamento de juros neste ano.

As propostas em tramitação no Congresso Nacional

Entre as medidas defendidas pelo governo, Gleisi destacou:

  • Taxação dos super ricos: cobrança sobre grandes fortunas e altos rendimentos;
  • Tributação de aplicações incentivadas: rendimentos que hoje não pagam impostos;
  • Revisão de isenções fiscais: segundo a ministra, alguns incentivos custaram mais de R$ 600 bilhões em 2024 e não geraram empregos.

Ela frisou que essas propostas já estão em tramitação no Congresso Nacional e devem ser debatidas e aperfeiçoadas. 

“Só alcançaremos o verdadeiro equilíbrio, fiscal e social, com justiça tributária”, concluiu.

Tensão entre poderes

Nos últimos dias, a tensão entre o poder executivo e o poder legislativo aumentou com força no Brasil. Tudo começou porque os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre pautaram projetos que prejudicam os interesses do governo federal.

O principal deles foi a votação do texto de derrubada de um decreto federal que elevava o IOF no Brasil. Como argumento, a maioria dos parlamentares alegou que não vão permitir o aumento de impostos para nenhuma área da sociedade.

Já o governo federal argumenta que o congresso nacional não teria poder de derrubar um decreto de caráter presidencial. Dentro do Palácio do Planalto, por exemplo, há quem diga que o presidente Lula (PT) vai levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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