Desvinculação dos benefícios e valorização do salário mínimo

Tebet falou em avaliar a desvinculação dos benefícios da Previdência Social em relação com a política de valorização do salário mínimo

Na última quinta-feira, dia 6, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto defendeu a desindexação do salário mínimo do piso da Previdência e a proposta de desvincular os gastos da saúde e da educação no orçamento federal.

Durante participação no evento MKBR, organizado pela B3, ele declarou:

“O governo tem mais recentemente falado em medidas alternativas, como desindexação do salário mínimo da Previdência e a desvinculação de saúde e educação. São medidas muito boas, que seriam um choque positivo e ajudariam muito neste momento. A gente apoia qualquer uma”.

Vale lembrar que a desindexação do salário mínimo da Previdência Social foi alvo de discussão envolvendo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), no mês passado.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Tebet falou em avaliar a desvinculação dos benefícios da Previdência Social em relação com a política de valorização do salário mínimo.

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Isso porque o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou uma correção do salário mínimo que tem reajuste acima da inflação. Com isso, implicou em gastos da Previdência Social.

Tebet defendeu que a correção fosse feira pela inflação, contrariando o programa do presidente Lula. “Se adotadas, iriam prejudicar diretamente milhões de aposentados”.

Já Campos Neto afirma que a política fiscal foi questionada l e que as revisões de metas fiscais ajudaram a provocar “prêmio de risco” na curva longa da política monetária.

POLÍTICA MONETÁRIA

Campos Neto defendeu a medida, mas disse que o Banco Central somente avalia a forma como a política fiscal pode ter impacto na política monetária. Segundo ele, a percepção do cenário das contas públicas teve uma piora.

“Acho que tem um efeito também do ruído do que é preciso em termos de negociação no Congresso para aprovar as medidas que garantam a parte da receita”.

Ainda segundo Campos Neto, houve “surpresas positivas” quanto aos empregos.

“No mundo desenvolvido, [a inflação de serviços] está muito longe do que era o normal. No mundo emergente, está alta, mas a gente já viu preços dessa inflação de serviços mais ou menos neste patamar várias vezes no passado”.

Campos Neto ainda declarou que há “vários motivos” e “ruídos” e citou alguns temas que estão no radar:

cenário externo; fiscal; política monetária; transição no Banco Central; capacidade de aprovação de medidas; geopolítico; Rio Grande do Sul.

“A gente tem um cenário onde a gente tem, pela 1ª vez, a inflação corrente vindo relativamente comportada, mas com uma expectativa desancorando”, declarou Neto.

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