Governo pode pagar auxílio de um salário mínimo a trabalhadores afetados por tarifa de Trump

Governo avalia pagar benefício de até um salário mínimo a trabalhadores prejudicados por tarifa de Trump. Medida busca proteger empregos e renda
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O salário mínimo pode voltar ao centro do debate nacional. O governo federal estuda conceder um auxílio emergencial a trabalhadores de setores afetados pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, por meio de um modelo semelhante ao que foi aplicado no Rio Grande do Sul após as enchentes.

A proposta prevê o pagamento de duas parcelas no valor de R$ 1.518, diretamente aos trabalhadores com carteira assinada, inclusive aprendizes, estagiários e pescadores artesanais. O restante do salário seria complementado pelo empregador.

Em troca, as empresas teriam que garantir a manutenção do emprego por quatro meses, o dobro do tempo de duração do auxílio.

Como funcionaria o novo apoio baseado no salário mínimo

Inspirada em programas anteriores como o BEm, a proposta considera que empresas devem comprovar perda de receita causada pela queda nas exportações aos EUA. 

O decreto de Donald Trump impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%, a maior taxação entre os países atingidos.

Apesar de exceções para alguns itens, como:

  • Suco de laranja
  • Aeronaves
  • Peças de energia e petróleo

Outros produtos sofrerão fortemente os efeitos da medida, incluindo:

  • Frutas
  • Carnes
  • Peixes
  • Têxteis
  • Calçados

Outras medidas em estudo

Além do auxílio baseado no salário mínimo, o governo também analisa:

  • Suspensão temporária do FGTS para empresas afetadas
  • Possibilidade de lay-off, com pagamento via FAT
  • Concessão de linhas de crédito com juros menores e carência maior, utilizando o Fundo Garantidor de Operações (FGO)

Essas ações seguem a lógica de que o impacto fiscal poderá ser excluído das metas do governo, dada a gravidade do cenário.

Varejo pressiona por mais flexibilidade

O setor de varejo, representado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), também se movimenta. 

Um estudo encomendado à consultoria RC Consultores sugere medidas para preservar o consumo e o emprego, como:

  • Suspensão do aumento do IOF
  • Estímulo à contratação de idosos
  • Criação de metas de emprego, como já existe para inflação
  • Antecipação da isenção de produtos da cesta básica
  • Redução da taxa Selic

Segundo o economista Paulo Rabello de Castro, o efeito do tarifaço pode durar até 30 meses, mas tende a cair com o tempo, à medida que as empresas se reorganizem e busquem novos mercados.

Salário mínimo vira escudo para crise externa

A proposta de auxílio com base no salário mínimo surge como tentativa de proteger os trabalhadores brasileiros dos efeitos de uma guerra comercial. 

Enquanto produtos ficam parados e exportações caem, o governo aposta no apoio direto à renda para evitar uma onda de demissões.

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