Mercado em alerta com nova reunião de Lula sobre salário

Presidente tem encontro com Centrais Sindicais nesta quarta-feira (18) e deve debater um possível novo aumento para o salário mínimo ainda este ano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir nesta quarta-feira (18) com representantes de Centrais Sindicais. Entre os assuntos que serão debatidos estará a definição do valor do salário mínimo, e esta discussão vem deixando o mercado financeiro em alerta.

Hoje, a definição mais provável dentro do Governo Federal é a de que o valor do salário mínimo será elevado mesmo e R$ 1.212 para R$ 1302, como já aconteceu este ano, e não para R$ 1.320 como aprovou o Congresso Nacional no final do ano passado. Contudo, até agora não se sabe qual definição será tomada.

O mercado teme que a reunião entre Lula e as Centrais Sindicais faça com que o presidente penda para o lado de lá e decida elevar o salário mínimo para a casa dos R$ 1.320. Caso aconteça, a tendência é que a bolsa sofra um grande tombo nesta semana. Afinal, o mercado teme que o governo opte por um caminho de mais gastos.

De todo modo, informações de bastidores indicam que estes atores do mercado não têm muito com o que se preocupar.  Em entrevistas, líderes de centrais sindicais vêm dizendo que o objetivo da reunião é muito mais exigir a criação de uma nova política de valorização do salário mínimo a partir dos próximos anos.

Seja como for, nada impedirá que os representantes das sindicais peçam a Lula por um aumento maior do que este que está previsto atualmente. A tendência natural é que o presidente só bata o martelo sobre o assunto depois do retorno de Fernando Haddad (PT). O Ministro da Fazenda está em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial.

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Simone Tebet e o salário mínimo

Em entrevista divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo, a ministra do planejamento, Simone Tebet (MDB) comentou a situação. Ela disse que não há espaço dentro do orçamento para um aumento maior do que o atual.

“Nós havíamos deixado no Congresso um espaço fiscal de R$ 6,8 bilhões para o reajuste para R$ 1.320. O que aconteceu é que no final do ano pessoas que estavam na fila do INSS foram incorporadas. Hoje, há recurso para R$ 1.302”, disse a Ministra na entrevista quando perguntada sobre o reajuste do salário mínimo.

“Se houver uma decisão política do presidente Lula que vai se chegar a R$ 1.320, que nenhum momento foi dito pela equipe econômica – foi anunciado por outros membros–, óbvio que vai ter de ter remanejamento. Vai ter de se tirar de algum lugar, porque estamos no limite do teto de gastos”, disse ela na entrevista.

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