“Não estamos na URSS”, diz ministro sobre proposta de salário mínimo

Itália segue em discussão para criar um salário mínimo nacional, mas atual governo parece não gostar da ideia, e usa até a URSS como exemplo

A Itália segue em fortes discussões em torno do estabelecimento de um salário mínimo para os seus trabalhadores. Enquanto a oposição tenta aprovar um projeto para criar esta lei, membros do governo local fazem força para que parlamentares não aprovem a medida em questão.

Nesta terça-feira (18), por exemplo, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que é contra a medida que estabelece a criação de um salário mínimo no país europeu. Entre outros pontos, ele disse que a Itália não é a União Soviética.

“A Itália não precisa de salário mínimo, precisa de um salário rico, porque não estamos na União Soviética, onde todos tinham o mesmo salário”, disse Tajani durante um evento em Roma.

O governo de Giorgia Meloni já apresentou uma emenda ao projeto para suprimir todos os trechos da lei, ou seja, o objetivo é impedir que a Itália passe a ter um salário mínimo. O argumento é que o Governo precisa estimular apenas as negociações coletivas entre os empregadores e os trabalhadores.

O que diz a oposição

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A proposta da oposição está em discussão na chamada Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados do país. A ideia é estabelecer uma espécie de piso salarial de nove euros por hora em âmbito nacional. Para se ter uma ideia mais clara, estamos falando de R$ 49 reais por hora segundo a cotação atual.

A oposição, no entanto, promete que não vai desistir e que vai seguir fazendo pressão para que o governo destrave a votação da lei.

“Precisamos de salários mais altos, Meloni (a primeira-ministra) não pode virar as costas para os trabalhadores”, disse a deputada Elly Schlein, líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), de oposição.

O salário mínimo pelo mundo

Boa parte dos principais países do mundo já estabeleceram a criação de um salário mínimo. Alguns deles, fizeram isso há várias décadas atrás. Considerando apenas a realidade da União europeia, apenas seis das 27 unidades do bloco não possuem um piso salarial. A Itália é uma delas.

Na França, por exemplo, o salário mínimo atual é de 11,27 euros por hora. Na Alemanha é de 1584 euros por mês. Longe do Velho Continente também existem indicações semelhantes.

Aqui na América Latina, o grande destaque é mesmo o Brasil. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.320. Este valor é usado para pagar não apenas boa parte dos trabalhadores formais, como também a maioria dos aposentados e pensionistas do INSS.

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