Salário mínimo: Centrais planejam pressão por aumento maior

Centrais já sabem que Lula quer elevar o salário mínimo para R$ 1.320 em maio, mas devem fazer pressão para que ele aplique um aumento ainda maior
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No último mês de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista à CNN Brasil e revelou que o valor do salário mínimo vai subir mais uma vez este ano. De acordo com o petista, o patamar será elevado dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320, assim como queria o seu Ministério do Trabalho.

Entretanto, caso esta elevação se confirme, nem todos os grupos sociais deverão ficar satisfeitos. Informações de bastidores coletadas pelo jornal O Estado de São Paulo mostram que as Centrais Sindicais estão preparando uma espécie de contragolpe. Elas querem pressionar Lula por um aumento ainda maior.

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Na avaliação de boa parte dos sindicalistas, o salário mínimo para este ano de 2023, deverá ser de, no mínimo, R$ 1.391. Este era o patamar que seria pago caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tivesse mantido a regra de definição de valor com base na inflação do ano anterior e no Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.

Na entrevista concedida à CNN, Lula tinha dito que o aumento do salário para R$ 1.320 já estava combinado com os movimentos sindicais.

“Já combinamos com movimentos sindicais, com Ministério do Trabalho, com o ministro Haddad, que vamos, em maio, reajustar para R$ 1.320 o valor do salário mínimo”, disse o presidente.

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“(Também vamos) estabelecer nova regra para o piso, levando em conta, além da reposição da inflação, o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia”, disse à âncora da CNN Daniela Lima, no Palácio do Planalto.

Salário pode causar cortes

Antes mesmo de anunciar que o salário mínimo vai ser elevado para R$ 1.320, alguns ministros de Lula já vinham adiantado que, caso o valor subisse, seria necessário fazer alguns cortes em outras áreas.

“Quando o presidente disser ‘fechamos um acordo’ de R$ 1.310, R$ 1.315, R$ 1.320, ‘de onde poderíamos cortar?’, eu tenho por obrigação que apresentar o quadro e dizer onde cabe ou não (o corte) e onde é prioritário, para ele escolher (o local do corte)”, disse a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).

Uma das áreas de corte já está clara. O Governo pretende bloquear mais de 1,4 milhão de contas do Bolsa Família apenas neste mês de março. O movimento deverá gerar uma economia para os cofres públicos.

Contudo, se o presidente quiser subir o salário mínimo para além dos R$ 1.320, será preciso realizar ainda mais cortes. Ao menos esta é a avaliação de membros do Ministério da Fazenda.

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