Algo estranho está acontecendo com o seguro-desemprego nos EUA, e o Brasil precisa prestar atenção

Veja novos números do seguro-desemprego nos EUA, e entenda como isso afeta a sua vida aqui no Brasil
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Apesar de sinais de estabilidade no mercado de trabalho americano, um indicador importante continua subindo silenciosamente. 

Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos permaneceram inalterados na semana encerrada em 10 de maio, com 229 mil novas solicitações, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta quinta-feira (15). 

O número é idêntico ao da semana anterior e ficou exatamente dentro das previsões dos economistas consultados pela Reuters.

No entanto, por trás dessa aparente estabilidade, a média móvel semanal, que suaviza variações pontuais, segue em trajetória de alta. Veja os dados mais recentes:

Média móvel (últimas 4 semanas):

  • Subiu para 230.500 pedidos em 10 de maio
  • Na semana anterior, era de 227.250
  • Em 26 de abril, estava em 226.000
  • Há um ano, o número era 217.250

Além disso, o total de americanos recebendo o seguro-desemprego chegou a 1,881 milhão na semana encerrada em 3 de maio, uma leve alta em relação aos 1,872 milhão da semana anterior. 

A taxa de desemprego entre os elegíveis à ajuda governamental segue em 1,2%, sem variação.

E o que o seguro-desemprego dos EUA tem a ver com o Brasil?

Mais do que um dado americano, os pedidos de seguro-desemprego funcionam como um termômetro da maior economia do mundo, e o impacto disso ultrapassa fronteiras. Para o Brasil, os efeitos podem ser significativos.

  • Comércio e exportações

 Se o mercado de trabalho dos EUA desacelerar, a demanda por produtos importados pode cair. Isso afeta diretamente setores brasileiros exportadores e pode reduzir a entrada de dólares no país.

  • Câmbio e volatilidade

Indicadores fracos nos EUA tendem a gerar reações nos mercados financeiros, influenciando o valor do dólar. A flutuação cambial tem impacto direto sobre a competitividade das empresas brasileiras e sobre os preços internos.

  • Política monetária brasileira

O Banco Central do Brasil acompanha de perto os dados da economia americana. Uma desaceleração nos EUA pode influenciar decisões sobre a taxa de juros no Brasil, afetando desde o crédito até o controle da inflação.

  • Investimentos estrangeiros

Um ambiente econômico instável nos EUA pode mudar o fluxo global de capitais. Se os investidores perceberem riscos maiores lá fora, pode haver menos disposição para investir em mercados emergentes como o Brasil.

E a guerra comercial? 

O mercado de trabalho americano tem mostrado resiliência mesmo diante das incertezas provocadas pela guerra comercial iniciada pelo governo Trump em abril. 

A medida, que impôs tarifas a mais de 150 países, foi suspensa por 90 dias, mas ainda gera desconfiança e trava decisões de investimento em algumas empresas.

Apesar disso, até agora, os efeitos sobre a geração de empregos foram mais suaves do que muitos analistas previam.

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