Seguro-desemprego despenca nos EUA; entenda impacto no seu bolso
Pedidos de seguro-desemprego caem nos EUA, mas criação de vagas segue fraca e duração média do desemprego chega a 24,5 semanasO número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos registrou queda inesperada na última semana.
Apesar do alívio imediato, o mercado de trabalho continua dando sinais de perda de fôlego, principalmente pelo baixo volume de novas contratações.
Segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais caíram em 14 mil, chegando a 218 mil na semana encerrada em 20 de setembro. A projeção dos economistas era de 235 mil solicitações, número que acabou não se confirmando.
Empresas seguram contratações
Mesmo mantendo funcionários, muitas companhias evitam ampliar seus quadros em meio ao cenário de incerteza econômica.
A política de tarifas mais rígida elevou os custos ao maior nível em cem anos, o que pressiona ainda mais o setor produtivo.
Outro ponto que dificulta a recuperação do emprego é a repressão à imigração, que reduziu a oferta de mão de obra. O Federal Reserve, diante desse contexto, voltou a cortar a taxa de juros como forma de tentar estimular a economia.
Crescimento limitado das vagas
Nos três meses até agosto, a média de criação de postos de trabalho fora do setor agrícola foi de apenas 29 mil por mês. No mesmo período do ano passado, o resultado era quase o triplo: 82 mil.
Esse cenário representa um dilema para o banco central americano, que precisa equilibrar a contenção da inflação com a manutenção de empregos.
Pressão sobre o Federal Reserve
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os riscos atuais são contraditórios: enquanto a inflação tende a subir, as perspectivas para o emprego seguem negativas.
Na última semana, a instituição reduziu a taxa de juros em 25 pontos-base, levando-a para a faixa entre 4% e 4,25%.
Vale lembrar que o ciclo de cortes havia sido interrompido em janeiro, justamente pela incerteza em relação ao impacto das tarifas de importação implementadas pelo governo Trump.
Benefícios e duração do desemprego
O número de pessoas que recebem o seguro-desemprego após a primeira semana de solicitação caiu levemente, ficando em 1,926 milhão no período encerrado em 13 de setembro.
Ainda assim, a tendência preocupa: a duração média do desemprego subiu para 24,5 semanas em agosto, a mais alta desde abril de 2022, mostrando que muitos trabalhadores enfrentam longos períodos sem recolocação.
Mas o que tudo isso tem a ver com seu bolso?
A oscilação nos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos não afeta apenas os trabalhadores de lá. Esse tipo de dado mexe diretamente com os mercados financeiros e pode influenciar a cotação do dólar no Brasil.
Quando o cenário de emprego americano mostra fragilidade, investidores passam a rever expectativas sobre juros e crescimento nos EUA, o que impacta o fluxo de capital para países emergentes.
Na prática, qualquer variação do dólar reflete no dia a dia do brasileiro: desde o preço da gasolina e alimentos importados até a inflação geral, que pressiona o custo de vida.