Salário: aumento para R$ 1.320 custaria R$ 7 bilhões a mais

Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 custaria R$ 7,7 bilhões a mais no orçamento deste ano

Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sofrendo pressão para elevar ainda mais o valor do salário mínimo para este ano. Atualmente, o piso está oficializado em R$ 1.302, mas uma ala do governo quer um aumento ainda maior para a casa dos R$ 1.320.

Na prática, esta elevação representaria R$ 18 a mais no bolso de milhões de brasileiros, e R$ 7,7 bilhões a mais no plano de orçamento deste ano. A avaliação do Ministério da Fazenda é de que hoje o Governo Federal não tem este dinheiro em caixa para bancar este novo reajuste.

Em tese, o Governo até poderia aumentar o salário para R$ 1.320 a partir de agora. Contudo, este movimento obrigaria o poder executivo a reduzir recursos de outras áreas. Caso gaste sem fazer esta redução em outros ministérios, existiria uma chance de furar o teto de gastos públicos e consequentemente cometer um crime de responsabilidade fiscal.

Nesta quarta-feira (18), Lula se reuniu com representantes de Centrais Sindicais para discutir o assunto. Ele decidiu assinar um despacho se comprometendo a criar uma nova política de valorização do salário mínimo para este ano. Se provado, o governo terá que conceder aumento sempre acima da inflação.

Contudo, o mais provável é que este texto só tenha validade a partir do próximo ano. Assim, para 2023 aumentam as chances de o salário mínimo seguir sendo o de R$ 1.302. O valor agrada vários setores do mercado financeiro, mas desagrada parte importante das Centrais Sindicais.

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Salário mínimo

Nesta quinta-feira (19), o jornal Folha de São Paulo publicou uma entrevista com o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT). Entre outros pontos, ele disse que ainda existe uma chance de aumento para R$ 1.320, mas esta elevação vai acontecer apenas após diálogos com o Ministério da Fazenda.

“O governo leva a disposição de diálogo. Em 2005, estabelecemos um grupo de trabalho onde nasceu a política de reposição todo ano da inflação acrescida do PIB consolidado de dois anos anteriores. O que nós enxergamos é essa possibilidade outra vez de olhar para o futuro e falar que vamos ter um processo de crescimento sem provocar impacto abrupto.”

“Vamos repetir exatamente a mesma coisa? Não sabemos ainda. Vamos ouvir o movimento sindical e ouvir a argumentação da área econômica do governo para construir uma coisa que tenha tranquilidade para todo mundo.”

“Vamos ver o que os economistas trazem de fórmula, se tem alguma forma inovadora. Claro que tem [uma preocupação fiscal], não tem [determinação de] ‘vamos aumentar’… Porque, se não, dava aumento agora e ponto”, completou.

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