Definição de juros do consignado do INSS segue gerando polêmica
De acordo com apurações da imprensa, instituições financeiras querem propor ao governo nova metodologia de definição dos juros do consignadoPara o ministro da previdência, a conta é simples: quando a Selic cair, os juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem cair também, em uma mesma proporção. A ideia, no entanto, não parece agradar boa parte das instituições financeiras do país.
De acordo com informações de bastidores colhidas pelo jornal Valor Econômico, bancos privados de todo o país estão estudando a possibilidade de apresentar ao governo uma segunda opção. Trata-se de uma nova metodologia para definir o sistema de quedas dos juros do consignado.
A nova metodologia ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que ela seja entregue ao governo já nesta quinta-feira (28), quando o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) deve se reunir em Brasília para decidir se haverá ou não um novo corte na taxa máxima de juros do consignado.
De antemão, é possível afirmar que a discussão tende a ser grande. De um lado, o ministério parece não querer abrir mão da ideia de reduzir a taxa máxima de juros mais uma vez este ano. Do outro lado, estão os bancos, que até ameaçam sair da linha se a redução for muito forte.
A novela do consignado
A novela envolvendo a taxa máxima de juros do consignado do INSS não começou agora, mas em março deste ano. Na ocasião, o CNPS decidiu reduzir a taxa máxima de juros deste empréstimo de 2,14% para 1,70% ao mês.
A decisão não agradou os bancos. Um a um, eles se retiraram da linha. Logo depois, o ministério aceitou renegociar, e ambas as partes concordaram em uma redução menor da taxa, de 2,14% para 1,97% ao mês.
Desde então, a relação dos bancos com o governo parecia normalizada. Até que no mês passado, o Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Logo depois, o CNPS decidiu reduzir a taxa máxima do consignado de 1,97% ao mês para 1,91% ao mês.
Na última semana, o BC decidiu aplicar uma segunda redução na Selic, também na casa dos 0,50 ponto. Assim, a taxa básica passou de 13,25% para 12,75% ao ano. Agora, o CNPS quer aplicar mais uma redução na taxa máxima do consignado. Como dito, a reunião que pode bater o martelo sobre o assunto está marcada para esta quinta, 28.
Promessa de Lupi
Em entrevista recente, o ministro da previdência, Carlos Lupi (PDT) sinalizou que não vai recuar.
“Nossa intenção é fixar essa taxa como referência para, cada vez que o Banco Central diminuir a taxa, a gente acompanhar a mesma proporcionalidade nas taxas do sistema de consignado”