Tebet vai reduzir aumento do BPC? Ministra responde
Ministra do Planejamento voltou a falar sobre o processo de desvinculação do salário mínimo, que em tese poderia afetar o BPCA ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) voltou a falar sobre a ideia de desvincular o salário mínimo da previdência brasileira. Este assunto é polêmico, e há quem indique que pode afetar diretamente o ritmo do reajuste de benefícios como o BPC, por exemplo.
Desta vez, no entanto, Tebet voltou atrás e revelou que não passa pela cabeça do governo federal desvincular o valor das aposentadorias neste momento. De todo modo, a ministra segue dizendo que pode atuar por modernizar alguns benefícios previdenciários.
E é justamente neste sentido que entram na mira programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego, por exemplo.
“Não passa pela cabeça do presidente Lula nem da equipe econômica desvincular a aposentadoria do salário mínimo. Estamos analisando a possibilidade de modernizar benefícios previdenciários [não relacionados à aposentadoria] e trabalhistas”, disse a ministra.
“Acho que mexer na valorização da aposentadoria é um equívoco. Vai tirar com uma mão e ter que dar com outra. Temos de modernizar as demais vinculações. O BPC, o abono salarial, como estão essas políticas públicas. A discussão está sendo feita internamente, mas não há decisão política”, acrescentou.
Revisão de gastos
Tebet também falou sobre o processo de revisão de gastos que está sendo gestado pelo governo federal neste momento.
“Temos plano A, plano B, plano C e plano D na revisão de gastos, porque ela mal começou. Não é por outra razão e ninguém esconde isso, ela mal começou porque é o trabalho mais difícil de fazer, é complexo e envolve deliberação do Congresso Nacional”, justificou a ministra.
Segundo a ministra, existem três ideias principais para a revisão dos gastos neste momento. São elas:
- fiscalização e eliminação de fraudes de programas sociais, como o Bolsa Família;
- redução de incentivos fiscais;
- modernização de despesas obrigatórias, como saúde, educação e benefícios previdenciários (é justamente aqui que podem entrar revisões no BPC).
Lula e a desvinculação do BPC
Quem também descartou a possibilidade de desvincular salário mínimo e previdência foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista concedida nesta quarta-feira (26) ao portal uol, ele disse que não considera que o aumento real a previdência seja um gasto.
“A palavra salário mínimo é o mínimo do mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que eu vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, eu não vou para o céu, eu ficaria no purgatório”, disse Lula.