Idosos superendividados podem renegociar dívidas. Veja como agir

O endividamento entre os idosos decorre de diversos fatores como o uso indiscriminado de crédito

O número de idosos superendividados tem crescido nos últimos anos. Isso acende um alerta sobre a saúde financeira dessa parcela da população. De acordo com dados da Serasa, em julho, 18,9% dos consumidores com mais de 60 anos enfrentam dificuldades financeiras graves.

Muitas vezes eles não sabem como reorganizar seus compromissos e evitar a inadimplência.

A legislação brasileira, em especial a Lei do Superendividamento, oferece algumas alternativas para esses consumidores. Principalmente para aqueles que têm dificuldades em renegociar suas dívidas.

O endividamento entre os idosos decorre de diversos fatores. Como, por exemplo, o uso indiscriminado de crédito, cartões e financiamentos, além de compromissos com despesas essenciais.

Situações como essa são comuns entre os idosos superendividados, que muitas vezes priorizam gastos não essenciais ou urgentes em detrimento de contas básicas, como água, luz e IPTU.

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A Lei do Superendividamento

Criada em 2021, a Lei do Superendividamento visa proteger os consumidores, especialmente os idosos, que enfrentam dificuldades financeiras. 

A legislação permite que pessoas endividadas solicitem renegociação de suas dívidas de forma coletiva junto aos credores, por meio de órgãos como o Procon. Isso pode incluir dívidas com bancos, cartões de crédito e até mesmo contas de serviços essenciais, como água e luz.

A proteção oferecida pela lei é ainda mais relevante para idosos superendividados. Isso porque ela estabelece que os débitos não podem comprometer mais de 25% da renda mensal do aposentado.

Dessa forma, os idosos ficam resguardados de cobranças abusivas, o que proporciona maior segurança financeira e mais fôlego na hora de renegociar as dívidas.

Como os idosos podem renegociar suas dívidas?

Renegociar dívidas é um processo essencial para que os idosos superendividados possam reorganizar suas finanças. Aqui estão algumas etapas recomendadas:

  1. Procurar o credor: o idoso deve entrar em contato diretamente com a empresa que está cobrando a dívida. Informar sobre a situação financeira é o primeiro passo para tentar um acordo que seja viável.
  2. Negociação com o Procon: caso não haja sucesso na negociação direta, o idoso pode procurar os centros de conciliação de superendividamento, disponíveis nos Procons locais. Essas unidades oferecem apoio especializado para mediar negociações com credores.
  3. Analisar a situação financeira: é importante identificar a origem das dívidas, verificando se são compromissos pontuais ou recorrentes. A partir dessa análise, o idoso pode ajustar seu padrão de consumo para evitar novos endividamentos.
  4. Avaliar a cobrança de juros: se houver suspeita de cobrança de juros abusivos, o idoso deve consultar o Procon para verificar se os valores estão sendo aplicados corretamente e, se necessário, acionar mecanismos de defesa.

Proteção contra abusos

A Lei do Superendividamento também traz diretrizes sobre o que é considerado uma cobrança abusiva. Uma cobrança é considerada abusiva quando o credor coloca o consumidor em uma situação de desvantagem excessiva, por exemplo. 

Esse tipo de cobrança pode ser denunciado em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, ou até mesmo ser levado à Justiça, se necessário.

Os idosos superendividados encontram na legislação brasileira um apoio importante para lidar com suas dificuldades financeiras. Contudo, é essencial que essa parcela da população busque orientação e evite compromissos que ultrapassem sua capacidade de pagamento.

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