Horário de verão: governo volta atrás e descarta adoção para 2024

A medida gera controvérsia entre os setores da economia

No início de outubro o Governo Federal estava a um passo de retornar a adoção do horário de verão. Isso porque o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava em busca de mais fórmulas para economizar energia. Mas a avaliação de auxiliares do presidente é de que a medida tem menos impacto inflacionário e nenhum efeito colateral. 

Todavia, as coisas mudaram e o governo descartou o horário de verão em 2024. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) havia recomendado a medida baseado nas indicações de que, no cenário atual, o horário de verão contribuiria para a maior eficiência do SIN (Sistema Interligado Nacional).

Em especial entre 18h e 20h -quando a geração solar cessa e a demanda por energia aumenta.

De acordo com o relatório do ONS, a aplicação do horário de verão poderia trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima, o que diminuiria a necessidade de geração termelétrica e traria uma economia no custo da operação próxima a R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.

A medida gera controvérsia entre os setores da economia. Empresas de comércio, turismo e lazer têm maior ganho potencial, já que a luz natural ao fim do expediente eleva a expectativa de movimento em bares, restaurantes e atividades ao ar livre. Por outro lado, setores como transporte aéreo e indústria enfrentam desafios para se ajustar.

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Para quem gosta do horário, a boa notícia é que não foi descartada a hipótese de que ele retorne em 2025.

Horário de Verão

O horário de verão foi criado em 1931, no governo de Getúlio Vargas (1882-1954). Voltou de forma perene em 1985, na gestão José Sarney, depois de ficar anos sem ser adotado. Está suspenso desde 2019 por decisão do governo Jair Bolsonaro (PL).

Durante o período, os brasileiros devem adiantar os seus relógios em uma hora, a partir da meia-noite da data de início. No último dia da medida, é necessário atrasar os relógios em uma hora à meia noite. 

Além de economizar energia e diminuir a conta dos brasileiros, o governo visa estender o tempo de geração das usinas solares e acompanhar o pico de demanda elétrica durante o período de horário de verão.

O mecanismo é cercado de controvérsias, tanto na opinião popular como na de especialistas sobre sua eficácia em auxiliar o sistema elétrico. Analistas do setor dizem que o horário especial não mais tem razão de existir atualmente por não trazer mais proteção ao sistema, motivo pelo qual foi criado, nem mesmo redução no consumo de energia.

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