Por que o dólar disparou? Veja a explicação do ministro Fernando Haddad

Logo após o anúncio do pacote de corte de gastos do governo federal, o dólar disparou e chegou a ultrapassar a marca dos R$ 6 nesta sexta-feira (29)
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Na última quarta-feira (27), o ministro da Fazenda Fernando Haddad anunciou o tão esperado e polêmico pacote de corte de gastos. O documento atingiu vários pontos desde benefícios sociais, trabalhistas e previdenciários, passando pelos militares e alcançando até mesmo os mais ricos.

O mercado financeiro parece não ter gostado nada das ideias apresentadas pelo ministro da Fazenda. Desde o anúncio, o dólar subiu exponencialmente, e chegou a fechar em R$ 6 nessa quinta-feira (28), o maior valor da sua história.

Mas afinal de contas porque isso está acontecendo? Quais são os pontos mais críticos para o mercado financeiro dentro desse pacote de corte de gastos apresentados por Fernando Haddad? Nessa sexta-feira (29) o próprio ministro falou sobre o assunto.

O que Haddad pensa sobre o dólar

Em conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda disse que a alta do dólar é motivada pelo “ruído” em relação à reforma da renda. Também na quarta-feira (27), o chefe da pasta econômica  anunciou que vai aplicar reformas nesse sentido.

Haddad prometeu que vai elevar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil e elevar os impostos para as pessoas que ganham mais de R$ 50 mil. Em resumo: ele indica que vai tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres.

“Vamos ver como isso acomoda. À medida que você vai explicando, as pessoas vão entendendo. Havia também uma confusão muito grande em relação à reforma da renda, que eu acredito que seja o que esteja dando o maior ruído. Não são as medidas apresentadas aqui” disse Haddad.

Nessa mesma entrevista, o ministro da Fazenda disse que o mercado não precisava se preocupar porque a reforma do Imposto de Renda não deve ser debatida nesse primeiro momento, mas apenas a partir do próximo ano. Qualquer mudança nesse sentido, portanto, só deve ser sentida a partir de 2026. 

“Nós sabemos que o debate da renda iria exigir um aprofundamento. Não é uma matéria que vai ser votada esse ano, nem deveria ser votada este ano pelo fato de ser uma matéria que tem que contar com o debate da opinião pública. É uma matéria que nunca foi enfrentada a rigor”, argumentou o ministro.

Pacote de cortes

O pacote de cortes de gastos apresentados por Fernando Haddad indica mudanças na revisão do salário mínimo, nas regras do abono salarial, e também na análise de pente-fino de programas sociais como Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), por exemplo.

É importante destacar que todas essas alterações dependem também de uma aprovação no Congresso Nacional. Assim, é possível afirmar que ainda haverá um longo caminho de debates em relação a esses assuntos pela frente.

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