É o fim do pagamento do abono salarial para os brasileiros?

Entenda as propostas de mudanças do Governo Federal para conter os gastos e quem será afetado
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O abono salarial do PIS/Pasep é um benefício concedido anualmente aos trabalhadores brasileiros com vínculo formal de emprego. Esse benefício possibilita o recebimento de uma renda extra de até um salário mínimo ao longo do ano, contribuindo significativamente para o orçamento familiar.

O valor do abono é determinado com base no número de meses trabalhados no ano-base.

Todavia, o Governo Federal anunciou que haverá mudanças significativas nas regras de pagamento do abono salarial do PIS/Pasep, como parte de um esforço para equilibrar as contas públicas. 

Atualmente, o benefício é destinado a trabalhadores que recebem até um salário mínimo mensal. No entanto, a partir de 2025, o abono será pago apenas aos que têm remuneração mensal de até R$ 2.640.

Por que as novas regras estão sendo implementadas?

O principal objetivo dessas mudanças é reduzir os gastos com o programa ao longo do tempo. A expectativa é que, futuramente, o benefício seja limitado a trabalhadores que ganham até um salário mínimo e meio.

Segundo estimativas, essa alteração impactará cerca de 30% dos trabalhadores que atualmente têm direito ao benefício, diminuindo assim o número de beneficiários e consequentemente os custos do governo com o programa.

Quem será afetado pelas novas regras?

As mudanças afetarão principalmente os trabalhadores que atualmente recebem entre um e um salário mínimo e meio, o que representa aproximadamente três em cada dez beneficiários. 

Para que o trabalhador continue elegível, será necessário ajustar a remuneração ao novo teto estipulado de R$ 2.640. Apesar das alterações, o valor do benefício em si não sofrerá nenhuma redução, mantendo-se equivalente ao salário mínimo vigente na data de pagamento.

O impacto das mudanças no cotidiano dos trabalhadores

Para muitos trabalhadores formais, o abono salarial representa um alívio no orçamento ao longo do ano, proporcionando recursos adicionais para despesas essenciais ou imprevistos.

Com as novas regras, haverá uma redução no número de contemplados, o que poderá impactar diretamente a renda disponível de um segmento significativo das famílias brasileiras. As alterações buscam, no entanto, preservar a sustentação financeira do benefício ao longo do tempo.

Nova regra e transição até 2035

A proposta reduz gradualmente o limite de renda de dois salários mínimos para 1,5 salário mínimo, com uma transição prevista para terminar em 2035. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou a mudança afirmando que o abono perdeu relevância diante de outros programas sociais.

Gastos crescentes com o abono

Os custos do abono salarial têm crescido nos últimos anos. Em 2023, foram R$ 25,6 bilhões. A previsão é de R$ 28 bilhões em 2024 e mais de R$ 30 bilhões em 2025, segundo o projeto de Orçamento enviado ao Congresso.

Dessa forma, a proposta do governo ainda será debatida no Legislativo, onde poderá sofrer alterações antes de ser aprovada.

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