Imposto de Renda: Quem vai pagar a conta da nova isenção?
Em entrevista, ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) falou sobre os desafios da aplicação da Reforma do Imposto de RendaO ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) afirmou em entrevista na última sexta-feira (21) que existe um grande desafio para o cumprimento da promessa de ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Essa foi uma das principais propostas do presidente Lula nas eleições de 2022.
Na entrevista, Fernando Haddad disse que o desafio não é conceder o benefício, mas sim equilibrar as contas públicas. Para isso, o governo federal promete buscar recursos onde, segundo ele, a justiça tributária ainda não teria chegado totalmente.
Quem paga e quem deve pagar Imposto de Renda
De acordo com as regras atuais, todos os trabalhadores assalariados podem pagar até 27,5% de imposto, enquanto outras parcelas da população têm formas legais de não contribuir nessa mesma maneira.
O ministro da Fazenda afirma que esse atual sistema seria injusto, sobretudo com a população mais pobre. Por isso, Haddad defende um ajuste nessa distribuição
- A ideia é que quem hoje paga muito, pague menos.
- Quem tem maiores privilégios fiscais e contribui pouco passará a pagar mais.
- O objetivo não é aumentar a arrecadação, mas sim tornar o sistema mais justo, segundo o ministro.
“O desafio não é isentar, é compensar. Hoje, quem paga imposto no Brasil é a população de menor renda, seja no consumo, seja no desconto na folha de pagamento”, afirmou o ministro.
Haddad também criticou a resistência de alguns setores à ideia de justiça social. “Em um dos países mais desiguais do mundo, é curioso ver que quem mais reclama é quem menos contribui”, destacou.
Até aqui, a grande polêmica envolvendo a reforma do Imposto de Renda é que o governo federal pretende aumentar os impostos para os mais ricos para conseguir diminuir para os mais pobres. Parte considerável do congresso nacional já adiantou que não vai concordar com essa ideia.
Contudo, o governo afirma que essa seria a única maneira de conseguir compensar o aumento da isenção do imposto de renda para os mais pobres. Afinal de contas, o orçamento precisaria cobrir a falta de arrecadação dessas pessoas.
Reforma Tributária
Na entrevista, Fernando Haddad classificou a atual Reforma Tributária como a mais progressista e ambiciosa da história do país. Para ele, a ideia é manter o equilíbrio fiscal, corrigindo distorções históricas.
A Reforma Tributária já foi aprovada e sancionada pelo presidente Lula. Esse texto propõe um novo sistema de cobrança de impostos sobre consumo e serviços. Já a reforma do Imposto de Renda deve alterar a forma como o governo cobra o imposto sobre a renda das pessoas.