Tebet revela previsão do novo salário mínimo para 2026 durante audiência

Ministra do Planejamento diz que valor será o maior dos últimos 50 anos em termos reais, mas mudança ainda precisa de aval do Congresso
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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), anunciou nesta terça-feira (8) que o salário mínimo deve ser reajustado para R$ 1.630 a partir de 2026. Atualmente, o valor em vigor é de R$ 1.518.

A declaração foi dada durante uma audiência pública da Comissão Mista de Orçamento (CMO), no Congresso Nacional. No entanto, o novo valor ainda depende de inclusão no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e da aprovação pelo Legislativo.

“Maior salário mínimo em termos reais”

Ao apresentar as diretrizes do orçamento federal para o próximo ano, Tebet afirmou que esse será “o maior salário mínimo dos últimos 50 anos em termos reais”. 

Ela reforçou o compromisso do governo Lula com o novo arcabouço fiscal e a valorização da renda dos trabalhadores.

Apesar da contenção de gastos, a ministra assegurou que o Executivo mantém o foco em políticas de redistribuição de renda.

Tebet defende reforma para além do salário mínimo

Além do reajuste do mínimo, Simone Tebet aproveitou a audiência para reforçar a necessidade de uma reforma tributária justa. 

A ministra criticou o modelo atual, que, segundo ela, penaliza mais os mais pobres.

“Já mexemos muito com o andar de baixo. Nunca se conseguiu mexer com o andar de cima”, declarou Tebet.

Ela também comentou as discussões em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e defendeu uma revisão da carga tributária para enfrentar os desafios sociais e econômicos do país. Para isso, segundo ela, será preciso união entre diferentes forças políticas.

Ministra fez críticas

Durante essa mesma audiência na Comissão Mista de Orçamento, a ministra também comentou a dificuldade de reduzir incentivos fiscais no Brasil. 

Segundo ela, “quando se mexe com interesse, os lobbies vêm”, dificultando o avanço de propostas que visam cortar privilégios tributários.

Tebet afirmou que o país possui mais de 150 tipos de gastos tributários, e que qualquer tentativa de revisão encontra resistência de setores que alegam risco de desemprego. 

A ministra, que já tentou enfrentar o tema quando presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, agora admite que, diante do cenário atual, um corte linear pode ser necessário, mesmo que não seja o ideal em termos de justiça tributária.

Ela defendeu a meta de redução de R$ 20 bilhões em renúncias fiscais, destacando que a medida não afetaria benefícios constitucionais, como a Zona Franca de Manaus.

“Temos cerca de R$ 580 bilhões em renúncias fiscais por ano. Se conseguirmos algo em torno de R$ 20 bilhões em economia, já será um passo importante”, pontuou.

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