Seguro-desemprego nos EUA volta a subir: o que isso significa para você
Seguro-desemprego nos EUA sobe para 226 mil pedidos na semana até 2 de agosto; previsões eram de 221 mil. Veja detalhesO seguro-desemprego nos Estados Unidos voltou a subir na última semana. Os pedidos iniciais aumentaram em 7 mil, chegando a 226 mil na semana encerrada em 2 de agosto, segundo o Departamento do Trabalho, divulgado nesta quinta (7).
O dado sugere mercado de trabalho estável, mas com criação de vagas enfraquecendo e ex-demissionais levando mais tempo para se recolocar.
Números-chave do seguro-desemprego
Veja os detalhes divulgados sobre os números do seguro-desemprego nos Estados Unidos
- 226 mil pedidos iniciais na semana (alta de 7 mil)
- Projeção de economistas: 221 mil
- 4,2% de taxa de desemprego em julho
- Benefícios contínuos: 1,974 milhão (semana até 26 de julho)
- Revisões negativas de empregos: -260 mil nos dois meses anteriores
Seguro-desemprego em alta x previsões do mercado
Embora o avanço do seguro-desemprego tenha sido moderado, superou as expectativas (221 mil).
O dado reforça o quadro de cautela nas empresas, em meio à incerteza sobre tarifas do presidente Donald Trump, que tem travado novas contratações.
Os ganhos de emprego dos dois meses anteriores foram revisados para baixo em quase 260 mil, uma reviravolta que levou Trump a demitir a chefe do Escritório de Estatísticas do Trabalho, abalando investidores e economistas já atentos à qualidade dos dados.
Demissões contidas, mas menos vagas abertas
Os dados do seguro-desemprego indicam que não há demissões em massa: os empregadores têm administrado o desgaste em vez de cortar amplamente.
Isso ajuda a manter a taxa de desemprego em 4,2% (julho), mesmo com crescimento do emprego mais fraco.
A menor oferta de mão de obra, em meio à repressão à imigração da Casa Branca, também evita um salto no desemprego.
Menos opções para quem perdeu o emprego
A hesitação em aumentar contratações significa menos vagas para quem foi desligado.
O número de pessoas que seguem recebendo o benefício após a primeira semana, um termômetro das admissões, subiu para 1,974 milhão (dado ajustado sazonalmente) na semana até 26 de julho.
Paralelamente, o Departamento do Trabalho informou que a produtividade dos trabalhadores se recuperou no 2º trimestre, ajudando a aliviar os custos trabalhistas que haviam subido no início do ano.
O que o seguro-desemprego nos EUA tem a ver com você
Quando os pedidos de seguro-desemprego sobem nos EUA, o mercado lê desaceleração por lá. Isso pode mudar apostas sobre juros americanos:
- Se o cenário indicar cortes/menos altas, o dólar tende a aliviar, o que ajuda a reduzir pressão em combustíveis, importados e, indiretamente, na inflação aqui.
- Se o dado aumentar a aversão ao risco, o fluxo corre para ativos em dólar, e a moeda pode subir, encarecendo viagens, produtos cotados em dólar e custos de empresas importadoras.
Em resumo: o movimento nos EUA influencia câmbio, que bate na inflação e nos juros no Brasil, afetando o custo do crédito e o dia a dia. Por isso, um número “fraco” lá fora pode significar alívio ou aperto aqui, a depender de como o mercado interpreta o quadro.