Consignado do FGTS começa setembro com queda nos juros: veja detalhes

Setembro chegou trazendo alívio para quem depende de crédito. As taxas do consignado do FGTS, dentro do programa Crédito do Trabalhador, registraram redução nos primeiros dias do mês, ampliando o acesso dos trabalhadores a empréstimos com custos menores.

No dia 1º, a média dos juros estava em 3,48%. Em seguida, caiu para 2,64% em 2 de setembro, voltou a 2,85% no dia 3 e atingiu 2,62% em 4 de setembro, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Programa ganha força com migração de contratos

A queda também é resultado da transferência de contratos antigos para o novo formato de consignado. 

Até agora, já foram migrados mais de R$ 15 bilhões, elevando o volume total de operações para R$ 46,5 bilhões. 

O ministro Luiz Marinho destacou que o objetivo é consolidar o programa e afastar práticas de juros abusivos.

Na lista de instituições com maior volume migrado estão:

• Itaú: cerca de R$ 10 bilhões
• Santander: aproximadamente R$ 9 bilhões
• Banco do Brasil: R$ 7,3 bilhões

A expectativa é de que todo o processo seja concluído até outubro. A partir daí, portabilidade e refinanciamento serão feitos diretamente pela Carteira de Trabalho Digital.

O que é o Crédito do Trabalhador? 

Lançado em março, o programa amplia a inclusão financeira de empregados com carteira assinada, domésticos, rurais, MEI e diretores não empregados que possuam FGTS.

Ele permite trocar dívidas mais caras, como cartão de crédito, cheque especial ou CDC, por um consignado com juros reduzidos.

Segundo o governo, em quatro anos até 25 milhões de trabalhadores devem ter acesso a essa modalidade.

Como funciona o crédito vinculado ao FGTS? 

Neste novo sistema, o trabalhador escolhe o valor desejado pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou em bancos parceiros.

As propostas aparecem em formato de leilão, permitindo comparar juros e prazos.

As parcelas são descontadas diretamente do salário, respeitando o limite de 35%.

Até 10% do saldo do FGTS pode ser usado como garantia, além da multa rescisória em caso de demissão.

Esse modelo, vinculado ao eSocial, garante taxas menores do que outros tipos de consignado.

Especialistas recomendam cautela

Apesar das vantagens, especialistas orientam atenção ao Custo Efetivo Total (CET). A planejadora financeira Leticia Camargo lembra que o crédito pode ser útil para quitar dívidas mais caras, mas não deve ser usado para custear gastos do dia a dia.

Ela também ressalta que aposentados com margem consignável já utilizada no INSS podem encontrar melhores condições nos empréstimos tradicionais da Previdência.

Carteira de Trabalho Digital: como acessar

Para contratar o consignado é necessário ter conta no Gov.br. O passo a passo é:

1. Fazer login com CPF e responder perguntas de validação.
2. Receber senha provisória e definir nova senha.
3. Acessar a carteira pelo aplicativo (Android ou iOS) ou pelo site oficial.

Assim, o trabalhador pode acompanhar seus contratos de forma prática e segura.