Aplicativo Meu INSS: Saiba mais sobre o novo esquema fraudulento
Com isso, os aposentados são considerados incapazes de administrar suas próprias vidas civis, perdendo assim o controle sobre suas rendasUm novo esquema fraudulento tem afetado aposentados em diversas partes do país, utilizando o aplicativo Meu INSS. Criminosos conseguem acessar contas do gov.br de idosos e, através de documentos falsificados, registram um falso curador judicial no sistema.
Com isso, os aposentados são considerados incapazes de administrar suas próprias vidas civis, perdendo assim o controle sobre suas rendas.
Com o curador fictício inserido, os golpistas obtêm a autorização para movimentar fundos, transferir benefícios para outras contas, contrair dívidas e até alterar informações bancárias. Muitos aposentados se dão conta da fraude apenas quando percebem que não têm mais dinheiro disponível para necessidades básicas.
Deficiências no sistema do INSS
Apesar de os documentos apresentados pelos criminosos conterem erros evidentes, como timbres falsificados, nomes de juízes que não existem e números de processos inexistentes, o INSS tem aceitado esses cadastros.
Quando a fraude é identificada, a situação se torna ainda mais complicada: a vítima enfrenta dificuldades para corrigir o problema de maneira administrativa.
Para remover o curador falso do sistema, o INSS exige uma ordem judicial, o que significa que os idosos têm que enfrentar mais tempo perdido, custos adicionais e um desgaste emocional significativo.
Relatório da CGU revela fragilidades
A Controladoria-Geral da União (CGU) criticou a ineficácia do INSS em prevenir fraudes, mesmo após ter recebido cartas de recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2024.
A principal falha identificada foi a ausência de autenticação biométrica avançada e a falta de assinatura eletrônica para a aprovação de operações sensíveis.
Em março de 2024, uma norma (IN 162) já havia sido estabelecida para implementar controles mais rigorosos, mas a entidade só conseguiu introduzir uma solução parcial em julho, a qual foi considerada “insatisfatória” pela CGU.
De acordo com o relatório, o INSS não bloqueou ou suspendeu novos descontos ou mudanças até que uma ferramenta segura estivesse em funcionamento, o que facilitou as ações dos golpistas.
Consequências para os idosos
Esse golpe gera um impacto severo. De repente, indivíduos plenamente conscientes são tratados como incapazes pelo Estado. Além da perda de suas rendas, os idosos reportam vivências de constrangimento e desconfiança ao lidarem com instituições bancárias e órgãos públicos.