Saque-aniversário do FGTS ou Consignado CLT? Veja qual opção pode pesar no seu bolso

O trabalhador brasileiro conta hoje com duas modalidades bem diferentes para ter acesso a dinheiro: o saque-aniversário do FGTS e o consignado CLT. 

As duas formas envolvem diretamente o Fundo de Garantia, mas cada uma tem suas regras e riscos, e a escolha errada pode comprometer o futuro financeiro.

Nos últimos cinco meses, o consignado CLT já movimentou mais de R$ 30 bilhões, alcançando mais de 4 milhões de trabalhadores. 

Já o saque-aniversário segue como uma opção rápida para quem precisa usar o saldo do Fundo no mês de nascimento. Mas será que compensa?

Como funciona o consignado CLT

Chamado oficialmente de Crédito do Trabalhador, o consignado CLT é solicitado pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. O processo é todo online e, em até 24 horas, os bancos enviam propostas de crédito.

O desconto das parcelas é feito direto na folha de pagamento pelo eSocial. O trabalhador pode usar até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% da multa rescisória em caso de demissão.

A taxa média de juros divulgada pelo MTE é de 3,59% ao mês. Também podem solicitar: empregados domésticos, rurais e funcionários de MEIs.

Outro detalhe importante é que desde agosto é possível migrar contratos para bancos que ofereçam juros menores, por meio da portabilidade.

O que é o saque-aniversário do FGTS

Criado em 2020, o saque-aniversário permite que o trabalhador retire anualmente parte do saldo do Fundo no mês do seu aniversário. No entanto, ao aderir:

• Em caso de demissão, só terá direito à multa de 40% sobre os depósitos feitos pelo empregador
• Não poderá sacar o valor integral do FGTS por dois anos após a adesão
• Existe a possibilidade de antecipar até 10 anos do saque na Caixa, mas o crédito vem acompanhado de taxas e custos

O alerta dos especialistas sobre as modalidades do FGTS

Especialistas em finanças alertam que o FGTS deve ser tratado como uma reserva estratégica. Para o professor Marcos Crivelaro, usar o Fundo como garantia ou antecipação pode trazer mais riscos do que soluções.

Já o contador Jhonny Martins reforça a atenção ao Custo Efetivo Total (CET):

“A taxa divulgada pode parecer baixa, mas os encargos embutidos tornam a operação mais cara do que se imagina.”

Sobre o saque-aniversário, ele destaca que a modalidade só deve ser considerada em casos pontuais, já que comprometer parte do saldo do Fundo pode gerar impacto negativo no futuro.

Qual modalidade vale mais a pena? 

A decisão entre saque-aniversário do FGTS e consignado CLT depende da real necessidade do trabalhador:

• Consignado CLT: pode ser útil em situações emergenciais, mas exige atenção às taxas e ao comprometimento da renda mensal.
• Saque-aniversário: libera dinheiro rápido, mas reduz a proteção em caso de demissão.

No fim das contas, especialistas são unânimes: antes de qualquer escolha, é essencial avaliar se realmente vale a pena mexer no FGTS, um dos principais direitos do trabalhador brasileiro.