IR: governo propõe unificação e muda regras de investimentos; veja o que muda
IR unificado em 17,5%: veja como a medida muda a tributação de investimentos, quem será afetado e o impacto esperado na arrecadação do governoAs novas regras do Imposto de Renda (IR) prometem alterar de forma significativa o mercado de investimentos no Brasil.
O relator da MP 1.303/2025, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), acatou a proposta do governo e apresentou um parecer que unifica a alíquota para diversos tipos de aplicações financeiras.
Na prática, os investidores vão sentir diretamente os impactos no bolso, já que a mudança substitui o atual sistema regressivo, que variava entre 15% e 22,5%, por uma taxa única de 17,5%.
A medida promete simplificar a legislação e reduzir as distorções entre ativos, mas traz pontos que geram discussão no mercado.
Como ficará a cobrança do IR nos investimentos
Segundo o parecer, a partir de 2026, os seguintes ativos passarão a ter tributação padronizada:
- Títulos públicos
- CDBs e fundos de renda fixa
- Ações e fundos imobiliários
- Ativos virtuais
O imposto será retido na fonte, mas os contribuintes deverão informar os rendimentos na declaração anual.
Isenções e exceções previstas
O texto manteve a isenção de debêntures incentivadas, CRIs e CRAs, que inicialmente seriam tributados em 5%. Já as LCIs e LCAs passam a ter incidência de 7,5% a partir de janeiro de 2026.
Outro ponto é a regra para operações em bolsa: vendas de até R$ 60 mil por trimestre continuam isentas. Acima desse valor, todo o lucro líquido será tributado.
Compensação de perdas e novas regras
Uma das novidades é a possibilidade de usar prejuízos para abater ganhos em diferentes aplicações financeiras.
Essa compensação poderá ser feita no próprio ano ou nos cinco seguintes, desde que os registros sejam comprovados.
Além disso, as regras não valem apenas para novos investimentos: aplicações já existentes até 31 de dezembro de 2025 também seguirão o novo modelo no momento de resgate ou venda.
Impacto fiscal da medida
De acordo com os cálculos do relator, o impacto financeiro será expressivo:
- 2025: acréscimo de R$ 10,5 bilhões na arrecadação
- 2026: alta de R$ 21,8 bilhões
- 2027: incremento de R$ 11,7 bilhões
- 2028: adicional de R$ 9,2 bilhões
Além da arrecadação extra, estão previstas economias de R$ 19,6 bilhões no período, com ajustes em benefícios e programas sociais.
O que está em jogo
Para Zarattini, a proposta garante maior equilíbrio entre os diferentes tipos de investimentos, eliminando vantagens para ativos específicos. Na prática, a ideia é que a isonomia entre investidores seja fortalecida, evitando distorções na concorrência com títulos públicos.
Para os investidores, o desafio agora será acompanhar de perto o calendário de mudanças e se preparar para ajustar estratégias de aplicação.
A unificação do IR pode simplificar a declaração, mas também exige atenção redobrada para não perder prazos, oportunidades de compensação e possíveis isenções previstas na nova regra.