Por que tantos estrangeiros estão virando MEI no Brasil?
Número de estrangeiros que se formalizam como MEI cresce 11% em 2025. Especialistas apontam o regime como motor de inclusão e empreendedorismoO Brasil tem se tornado uma terra de oportunidades não só para quem nasce aqui, mas também para quem chega em busca de um novo começo.
Cada vez mais estrangeiros estão deixando a informalidade para trás e se formalizando como MEI (Microempreendedor Individual), um movimento que vem crescendo de forma consistente em todo o país.
De acordo com um levantamento recente do Sebrae, o número de MEIs estrangeiros aumentou 11% no primeiro semestre de 2025, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Hoje, mais de 85 mil imigrantes possuem CNPJ ativo, o que ainda representa menos de 1% do total de microempreendedores no Brasil, mas indica uma tendência forte de expansão.
Por que tantos estrangeiros estão aderindo ao MEI?
Especialistas apontam que o modelo simplificado de formalização é o grande atrativo. Para muitos imigrantes, o MEI garante segurança jurídica, liberdade para empreender e acesso a direitos previdenciários, algo essencial para quem busca estabilidade em um novo país.
“O Brasil atrai muitos estrangeiros em busca de melhores oportunidades, e o MEI garante a eles algo essencial: segurança jurídica e liberdade para empreender”, explica Kályta Caetano, contadora especialista na MaisMei, SuperApp voltado ao apoio de microempreendedores.
Segundo Caetano, estrangeiros com residência fixa no Brasil podem se registrar normalmente como MEI, desde que cumpram as mesmas exigências dos brasileiros. Isso inclui faturamento máximo anual de R$ 81 mil, não ser sócio de outra empresa e ter no máximo um funcionário.
Estados com mais estrangeiros formalizados
O estado de São Paulo lidera o ranking, com 32,9 mil registros ativos. Logo atrás aparecem:
- Santa Catarina: 9,9 mil
- Paraná: 9 mil
- Rio Grande do Sul: 6,7 mil
Esses números mostram a forte presença de imigrantes em regiões com economia aquecida e perfil empreendedor.
Além dos números
Para Odilon Guedes, presidente do Corecon-SP, o avanço da formalização de estrangeiros vai além da economia:
“Em tempos em que discutimos o nosso papel enquanto nação soberana, é preciso entender que dar acolhimento e boas condições a esses trabalhadores também reforça o protagonismo do Brasil em nível global.”
Setores onde os estrangeiros mais atuam como MEI
Os dados do Sebrae revelam que as atividades mais comuns entre os MEIs estrangeiros são:
- Comércio de roupas e acessórios – 11,5%
- Confecção de vestuário (exceto roupas íntimas) – 10%
- Beleza e cabeleireiros – 6,3%
- Educação e ensino – 5%
Essas áreas têm em comum o fácil acesso e baixo custo de entrada, tornando-se o ponto de partida ideal para quem busca autonomia e reconhecimento profissional em um novo país.