Entenda o que muda com o fim da MP da arrecadação de impostos

Câmara barra MP que aumentava impostos sobre bets, fintechs e investimentos. Entenda o que muda com o fim da medida e o impacto nas contas
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O governo Lula sofreu um duro revés no Congresso. A Medida Provisória (MP) que ampliava diversos impostos, incluindo sobre apostas esportivas, fintechs e investimentos, perdeu validade após não ser votada até o prazo final.

A decisão, tomada na noite de quarta-feira (7), representa uma derrota direta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e traz impacto imediato nas contas públicas.

Na prática, a queda da MP impede a entrada de bilhões em arrecadação e obriga o governo a buscar novas formas de compensar o rombo fiscal.

A proposta previa mudanças em praticamente todos os setores financeiros, de criptoativos a títulos incentivados, mas agora tudo volta a ser como antes.

O que muda com o fim da MP da arrecadação de impostos

A seguir, veja os principais pontos que deixaram de valer com a queda da medida:

Apostas esportivas (bets)

Juros sobre capital próprio (JCP)

  • Como fica: segue a taxação de 15%.
  • O que previa a MP: aumento para 20%.
  • Situação: valeria apenas a partir de 2026, o que não ocorrerá mais.

LCI e LCA

  • Como fica: seguem isentos de imposto.
  • O que previa a MP: cobrança de 5%.
  • O governo estimava que essa isenção custava R$ 41 bilhões por ano.

Imposto de Renda sobre aplicações financeiras

  • Como fica: mantidas as alíquotas de 15% a 22,5%, conforme o prazo do investimento.
  • O que previa a MP: taxa única de 17,5%, que favoreceria aplicações de curto prazo.

Criptoativos

  • Como fica: sem tributação adicional.
  • O que previa a MP: cobrança de 17,5% sobre lucros obtidos com ativos digitais.

Fintechs

  • Como fica: seguem pagando 9% de CSLL.
  • O que previa a MP: aumento para até 20%, equiparando-as aos grandes bancos.

Compensações tributárias

  • Como fica: nenhuma limitação em vigor.
  • O que previa a MP: bloqueio de compensações consideradas “abusivas”.

Pé-de-meia na educação

  • Como fica: o programa voltará a ser contabilizado fora do piso constitucional da educação.
  • O que previa a MP: incluir o “pé-de-meia” no cálculo do piso do setor.

Impacto financeiro e reação do governo

Com a queda da MP, o governo perde uma das principais apostas para reforçar o caixa.

A estimativa de perda vai de R$ 20 bilhões em 2025 a R$ 40 bilhões em 2026, segundo analistas. Haddad já confirmou que apresentará novas alternativas ao presidente Lula, incluindo redução de isenções e cortes de gastos.

“Vamos apresentar ao presidente cenários e alternativas para recompor as contas públicas”, disse o ministro.

Repercussão da derrota do governo

A decisão do Congresso foi comemorada por empresários e entidades:

  • CNI (Confederação Nacional da Indústria): afirmou que a Câmara evitou “mais um aumento de carga tributária” e protegeu consumidores do repasse de preços.
  • ABcripto: classificou a derrubada como “vitória do diálogo e do bom senso”.
  • FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária): celebrou o resultado e disse que “o agro e o Brasil mostraram sua força contra novos impostos”.

Com isso, o governo terá de recalcular o plano fiscal e enfrentar um novo desafio político: arrecadar mais sem elevar tributos que afetam diretamente o bolso da população.

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