O clima esquentou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre descontos indevidos de aposentados, durante cobrança de respostas sobre a evolução patrimonial do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.
Mesmo diante dos questionamentos, ele evitou explicar o aumento de R$ 18 milhões acumulados nos últimos cinco anos.
O depoimento ocorreu nesta quinta-feira (23), mas o ex-procurador não esclareceu as acusações de ter atuado para favorecer entidades associativas em acordos suspeitos com o INSS.
Fortuna sem explicação e silêncio na CPMI
Segundo parlamentares, o ex-procurador teria recebido propina para criar condições que facilitassem descontos em benefícios previdenciários.
Eles também o acusam de validar acordos irregulares e enfraquecer mecanismos de controle dentro do INSS.
Amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do STF, o depoente não prestou compromisso e permaneceu em silêncio sobre os possíveis esquemas citados pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL).
Carreira citada
Oliveira Filho afirmou ter ingressado na Advocacia-Geral da União em 2006 e destacou sua atuação em diferentes governos. Disse ainda que sempre manteve postura técnica, sem apadrinhamento político, e negou qualquer envolvimento ilegal.
Apesar disso, o ex-procurador evitou responder sobre os imóveis e o crescimento milionário do patrimônio, limitando-se a afirmar que “tudo será esclarecido”.
Ligação com nomes do INSS
O depoente confirmou ter mantido relacionamento profissional com o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e com o ex-diretor de Benefícios André Fidelis.
Ele também relatou uma reunião com o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, ao lado do lobista conhecido como Careca do INSS, mas não deu detalhes sobre o encontro.
A comissão também questionou possíveis ligações envolvendo empresas atribuídas à esposa do ex-procurador, mas ele novamente não respondeu.
Clamor por prisões e próximos depoimentos
Durante a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um apelo ao ministro André Mendonça, do STF, para que sejam decretadas 19 prisões já aprovadas no âmbito da comissão, relacionadas a desvios contra aposentados e pensionistas.
A lista de próximos depoimentos inclui:
- 27/10 – Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS
- 28/10 – Domingos Sávio de Castro
- 3/11 – Abraão Lincoln Ferreira da Cruz
- 6/11 – Ônix Lorenzoni
- 10/11 – Aristides Veras dos Santos
- 13/11 – Eric Douglas Fidelis
- 17/11 – Jucimar Fonseca da Silva
Cuidado
Abaixo, você pode conferir algumas dicas para não ter problemas com o seu INSS:
- Confira o extrato do benefício todo mês e questione qualquer desconto que você não reconheça.
- Desconfie de ligações, mensagens e e-mails que peçam dados pessoais, códigos ou fotos de documentos.
- Nunca compartilhe senha ou código de verificação; o atendimento legítimo não solicita isso.
- Confirme ofertas e “vantagens” diretamente nos canais oficiais antes de aceitar qualquer serviço.
- Evite links recebidos por WhatsApp/SMS; acesse o site ou o aplicativo oficial digitando o endereço no navegador.
- Guarde protocolos e comprovantes de toda solicitação.
- Ao identificar cobrança indevida, registre contestação pelos canais oficiais e peça o estorno imediato do valor.