terça-feira,
4 de novembro de 2025

CPMI do INSS pressiona ex-procurador por fortuna de R$ 18 milhões e cobra prisões

CPMI do INSS pressionou o ex-procurador Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho sobre a evolução de seu patrimônio de R$ 18 milhões

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O clima esquentou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre descontos indevidos de aposentados, durante cobrança de respostas sobre a evolução patrimonial do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. 

Mesmo diante dos questionamentos, ele evitou explicar o aumento de R$ 18 milhões acumulados nos últimos cinco anos.

O depoimento ocorreu nesta quinta-feira (23), mas o ex-procurador não esclareceu as acusações de ter atuado para favorecer entidades associativas em acordos suspeitos com o INSS.

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Fortuna sem explicação e silêncio na CPMI

Segundo parlamentares, o ex-procurador teria recebido propina para criar condições que facilitassem descontos em benefícios previdenciários. 

Eles também o acusam de validar acordos irregulares e enfraquecer mecanismos de controle dentro do INSS.

Amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do STF, o depoente não prestou compromisso e permaneceu em silêncio sobre os possíveis esquemas citados pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL).

Carreira citada

Oliveira Filho afirmou ter ingressado na Advocacia-Geral da União em 2006 e destacou sua atuação em diferentes governos. Disse ainda que sempre manteve postura técnica, sem apadrinhamento político, e negou qualquer envolvimento ilegal.

Apesar disso, o ex-procurador evitou responder sobre os imóveis e o crescimento milionário do patrimônio, limitando-se a afirmar que “tudo será esclarecido”.

Ligação com nomes do INSS

O depoente confirmou ter mantido relacionamento profissional com o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e com o ex-diretor de Benefícios André Fidelis. 

Ele também relatou uma reunião com o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, ao lado do lobista conhecido como Careca do INSS, mas não deu detalhes sobre o encontro.

A comissão também questionou possíveis ligações envolvendo empresas atribuídas à esposa do ex-procurador, mas ele novamente não respondeu.

Clamor por prisões e próximos depoimentos

Durante a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um apelo ao ministro André Mendonça, do STF, para que sejam decretadas 19 prisões já aprovadas no âmbito da comissão, relacionadas a desvios contra aposentados e pensionistas.

A lista de próximos depoimentos inclui:

  • 27/10 – Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS
  • 28/10 – Domingos Sávio de Castro
  • 3/11 – Abraão Lincoln Ferreira da Cruz
  • 6/11 – Ônix Lorenzoni
  • 10/11 – Aristides Veras dos Santos
  • 13/11 – Eric Douglas Fidelis
  • 17/11 – Jucimar Fonseca da Silva

Cuidado

Abaixo, você pode conferir algumas dicas para não ter problemas com o seu INSS: 

  • Confira o extrato do benefício todo mês e questione qualquer desconto que você não reconheça. 
  • Desconfie de ligações, mensagens e e-mails que peçam dados pessoais, códigos ou fotos de documentos.
  • Nunca compartilhe senha ou código de verificação; o atendimento legítimo não solicita isso.
  • Confirme ofertas e “vantagens” diretamente nos canais oficiais antes de aceitar qualquer serviço.
  • Evite links recebidos por WhatsApp/SMS; acesse o site ou o aplicativo oficial digitando o endereço no navegador.
  • Guarde protocolos e comprovantes de toda solicitação.
  • Ao identificar cobrança indevida, registre contestação pelos canais oficiais e peça o estorno imediato do valor.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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