O projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para salários de até R$ 5 mil mensais, uma promessa do governo, foi aprovado no Congresso.
A medida, aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro, segue agora para o Senado Federal e, se sancionada, deve entrar em vigor já em 2026, beneficiando milhões de trabalhadores.
A mudança é considerada a maior e mais significativa alteração na tabela do IR da história recente, buscando corrigir uma defasagem que tem feito a cada ano mais trabalhadores pagarem imposto, não por aumento real de renda, mas pelo efeito da inflação.
O novo cenário de descontos no contracheque
O texto aprovado na Câmara (PL 1.087/2025) estabelece duas grandes frentes de benefício:
- Isenção Total: Contribuintes com renda mensal de até R$ 5.000,00 terão isenção total da cobrança do Imposto de Renda.
 - Desconto Progressivo: Para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350,00, será aplicado um desconto parcial decrescente, de forma que o imposto retido diminua progressivamente, suavizando a transição para a alíquota cheia.
 
Como a mudança afetará seu bolso
A nova regra gerará um aumento de renda disponível (ganho real) para os trabalhadores nas faixas de rendimento contempladas, incluindo a isenção sobre o 13º salário.
Para quem está atualmente na faixa de tributação, o impacto será sentido mensalmente no holerite, com a redução ou o fim da retenção.
| Renda Mensal (R$) | Benefício Proposto | Economia Anual Estimada (R$) | 
| Até R$ 5.000,00 | Isenção Total | R$ 4.356,89 | 
| Até R$ 5.500,00 | Desconto de 75% (parcial) | R$ 3.367,68 | 
| Até R$ 6.000,00 | Desconto de 50% (parcial) | R$ 2.350,79 | 
| Até R$ 6.500,00 | Desconto de 25% (parcial) | R$ 1.333,90 | 
| Até R$ 7.350,00 | Desconto parcial (menor) | Cerca de R$ 259,69 a R$ 605,86 | 
| Acima de R$ 7.350,00 | Sem redução de imposto | R$ 0,00 | 
 Exemplo Prático: Um trabalhador que recebe R$ 5mil por mês, hoje paga em torno de R$ 312,89 de IR, que será zerado com a nova regra. Somando o impacto no 13º salário, o ganho anual é de R$ 4.356,89, o que tem sido comparado a uma espécie de “14º salário”.
Tramitação e compensação fiscal
A proposta teve aprovação por unanimidade na Câmara e, agora, depende do aval do Senado. A expectativa é que as novas regras entrem em vigor em janeiro de 2026.
O custo fiscal da medida, cuja estimativa está em cerca de R$ 25,8 bilhões, terá compensação por meio de novas regras de tributação para contribuintes de alta renda.
O projeto prevê, por exemplo, a criação de um Imposto de Renda Mínimo para altas rendas e a retenção de 10% na fonte sobre rendimentos mensais que ultrapassem R$ 50 mil, revertendo parte da ampla isenção existente para esse tipo de rendimento.
Essa estratégia de taxar rendas mais altas para desonerar as mais baixas tem como objetivo garantir a neutralidade fiscal do projeto, ou seja, implementá-lo sem comprometer a arrecadação da União.