segunda-feira,
10 de novembro de 2025

Relator da CPMI do INSS promete pressionar por investigação de aliados de Lula

Relator da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar, promete pressionar por investigação de aliados de Lula e Alcolumbre e critica suposta blindagem

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O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS, anunciou que vai intensificar as cobranças para romper o que chama de “blindagem política” a nomes citados no escândalo que desviou cerca de R$ 4 bilhões de aposentadorias. 

Ele pretende reapresentar requerimentos rejeitados e usar as sessões da comissão para pressionar parlamentares que, segundo ele, têm dificultado o avanço das apurações.

Relator critica bloqueios nas investigações

Gaspar afirmou que parte dos congressistas da base governista e do Centrão estaria impedindo que a comissão alcance figuras com influência no governo federal

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Segundo o deputado, essa articulação, que envolveria até o Palácio do Planalto, explicaria a lentidão dos trabalhos desde a instalação da CPMI, em agosto.

Mesmo após mais de 20 oitivas e a análise de 200 gigabytes de documentos, a comissão ainda não avançou além do que já foi revelado pela Polícia Federal sobre o esquema de fraudes no INSS.

Casos de Paulo Boudens e Frei Chico

Durante uma das sessões, Gaspar voltou a mencionar exemplos de suposta blindagem. Ele citou o advogado Paulo Boudens, assessor de confiança do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), e aliado do governo Lula. 

Boudens teria recebido R$ 3 milhões de uma empresa ligada a Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como principal operador das fraudes.

Requerimentos que pediam a quebra de sigilos bancário e fiscal de Boudens foram rejeitados pela CPMI, enquanto pedidos de convocação ainda aguardam votação.

Gaspar também mencionou o caso de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente de um sindicato citado nas denúncias. Segundo o relator, a convocação de Frei Chico foi barrada por articulação de parlamentares governistas.

Críticas públicas e nova estratégia

Para tentar mudar esse cenário, o relator prometeu reapresentar os pedidos negados e usar suas falas nas próximas audiências para cobrar publicamente os deputados e senadores da comissão. 

“Tentei trazer aqui Paulo Boudens. Foi blindado. Tentei trazer aqui o Frei Chico. Também foi blindado. Todos têm padrinhos políticos por trás. Falta coragem”, afirmou Gaspar, defendendo maior transparência nas investigações da CPMI do INSS.

Como se proteger de descontos indevidos

Enquanto a CPMI do INSS tenta esclarecer o desvio de recursos, especialistas reforçam a importância de os aposentados ficarem atentos aos próprios benefícios. 

Uma das principais recomendações é verificar mensalmente o extrato de pagamento no aplicativo ou site Meu INSS, conferindo cada desconto registrado. Caso identifique cobranças estranhas, como contribuições a sindicatos, associações ou seguros não contratados, o segurado deve registrar reclamação pelo 135 ou diretamente pelo portal. 

Também é indicado evitar repassar dados pessoais a terceiros e desconfiar de ofertas por telefone prometendo aumentos na aposentadoria. Esses cuidados ajudam a impedir novas fraudes.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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