O fim do ano se aproxima e, junto com ele, uma das remunerações mais esperadas pelos trabalhadores brasileiros: o 13º salário.
Conhecida como gratificação natalina, essa bonificação funciona como um reforço financeiro importante e é garantida por lei. O pagamento ocorre em duas parcelas, com prazos específicos definidos pela Lei nº 4.749/65.
Quando o 13º salário deve ser pago
A primeira parcela do 13º salário precisa ser paga entre 1º de fevereiro e 30 de novembro. Ela representa metade do valor bruto da remuneração e não sofre descontos de INSS ou Imposto de Renda.
O trabalhador pode, inclusive, solicitar o recebimento dessa primeira parte junto com as férias, desde que o pedido seja feito até janeiro do mesmo ano.
Já a segunda parcela deve ser quitada até o dia 20 de dezembro. Nessa etapa, o empregador aplica os descontos obrigatórios de INSS e Imposto de Renda sobre o valor total. Caso o prazo final caia em um domingo ou feriado, o pagamento deve ser antecipado para o dia útil anterior.
Como é feito o cálculo do 13º salário
O total do 13º salário equivale ao valor integral de um mês de salário, proporcional aos meses efetivamente trabalhados. O cálculo considera o salário bruto de dezembro e inclui médias de horas extras, adicionais e comissões, quando houver.
Fórmula básica: Valor Bruto Total = (Salário Bruto Mensal ÷ 12) × Meses Trabalhados
Se o trabalhador atuou durante todo o ano, o valor do 13º será igual ao seu salário mensal. Por exemplo, quem ganha R$ 3.600 receberá o mesmo valor, dividido entre as duas parcelas: R$ 1.800 na primeira e o restante, com descontos, na segunda.
Exemplo prático para quem ganha salário mínimo
Considerando o salário mínimo de R$ 1.518 em 2025, o trabalhador que completou 12 meses de serviço receberá:
- 1ª parcela (até 30 de novembro): R$ 759,00 (sem descontos)
- 2ª parcela (até 20 de dezembro): R$ 645,15 (já com o desconto de 7,5% de INSS)
O valor total, portanto, será de R$ 1.404,15 líquidos. Como está abaixo da faixa de tributação, não há cobrança de Imposto de Renda.
Como usar bem o 13º salário
Receber o 13º salário é uma oportunidade de organizar as finanças e começar o próximo ano com tranquilidade. Confira as melhores formas de utilizar esse dinheiro:
- Quitar dívidas
Priorize o pagamento de contas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial. Quitar ou antecipar parcelas pode garantir descontos e aliviar o orçamento.
- Montar uma reserva de emergência
Se estiver livre de dívidas, use parte do 13º para criar uma reserva financeira. Investimentos seguros, como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária, são boas opções para esse objetivo.
- Pagar contas de início de ano
Janeiro chega com obrigações como IPTU, IPVA e matrículas escolares. Aproveitar o 13º para pagá-las à vista pode render descontos entre 5% e 15%.
- Investir no futuro
Após organizar as finanças, o restante pode ser destinado a investimentos de longo prazo, desde títulos públicos até fundos imobiliários, de acordo com o perfil de cada pessoa.
Mais do que um bônus, o 13º salário é um recurso que, quando bem administrado, pode transformar o início do novo ano em um período de estabilidade financeira.
Planejar o uso do dinheiro é o passo mais importante para garantir que a gratificação de fim de ano traga alívio, e não novas dívidas.