Em uma sessão tensa nesta segunda-feira (10), o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou a apreensão do celular do empresário Igor Dias Delecrode, ex-dirigente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (AASAP).
A decisão foi tomada a pedido do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
O requerimento apresentado por Gaspar foi aprovado de forma simbólica pelo colegiado, e o aparelho foi lacrado e entregue à Polícia Legislativa.
Durante o procedimento, o relator solicitou que o empresário informasse a senha do dispositivo, mas o pedido foi recusado por orientação de seu advogado.
CPMI do INSS ouve dirigente investigado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS realizou nesta segunda-feira (10) o depoimento de Igor Dias Delecrode.
A entidade que ele representava está entre as investigadas por supostos descontos indevidos em aposentadorias e pensões, tema que motivou a criação da CPMI.
No entanto, o empresário permaneceu em silêncio durante praticamente toda a sessão. Ele recorreu a um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito de não responder às perguntas dos parlamentares.
Entenda o contexto
A CPMI foi instalada para investigar denúncias de fraudes e cobranças irregulares contra beneficiários do INSS. O caso envolvendo a AASAP chamou atenção do colegiado, levando à convocação de ex-dirigentes para prestar esclarecimentos.
A apreensão do celular de Igor Dias Delecrode representa mais um desdobramento da investigação, que busca rastrear possíveis provas de irregularidades e identificar os responsáveis pelos prejuízos aos segurados.
Percebeu descontos indevidos no INSS?
Quem é aposentado ou pensionista do INSS e percebeu algum desconto não autorizado no valor recebido deve agir rapidamente para evitar novos prejuízos. O primeiro passo é consultar o extrato de pagamento no aplicativo ou site Meu INSS, onde é possível identificar a origem de cada dedução.
Caso o desconto venha de uma associação ou entidade desconhecida, o segurado deve registrar uma reclamação diretamente no Meu INSS, informando o tipo de cobrança e anexando comprovantes. Também é possível entrar em contato pelo telefone 135 ou procurar uma agência da Previdência Social.
Outra medida importante é registrar uma denúncia na Ouvidoria do INSS e, se necessário, acionar o Procon ou o Ministério Público Federal. Essas instituições podem investigar práticas abusivas e cobrar a devolução dos valores indevidamente descontados.
Especialistas alertam que o segurado nunca deve fornecer senhas, documentos ou dados pessoais por telefone ou WhatsApp, já que golpes envolvendo aposentados se tornaram comuns. Ficar atento aos extratos mensais e às comunicações oficiais do INSS é a melhor forma de proteger o benefício e evitar fraudes.