O Conselho Curador do FGTS avalia nesta terça-feira (12) uma mudança importante nas regras de financiamento habitacional.
A proposta em discussão deve permitir que os trabalhadores usem parte do saldo de suas contas vinculadas ao FGTS para abater prestações de imóveis de até R$ 2,25 milhões, um valor bem acima do limite atual, que é de R$ 1,5 milhão.
A medida, se aprovada, deve trazer alívio para quem busca reduzir dívidas antigas e se enquadra nas faixas de financiamento do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
A mudança segue uma resolução recente do Conselho Monetário Nacional (CMN), aprovada em outubro, que já havia elevado o teto de imóveis financiados pelo SFH.
Entenda a decisão do Conselho do FGTS
Na prática, o ajuste é uma adequação às novas regras do mercado. O SFH utiliza recursos do FGTS e da poupança, com juros máximos de 12% ao ano.
O aumento do limite para R$ 2,25 milhões amplia o público apto a usar o fundo como apoio para quitar parcelas de financiamentos mais altos.
Com o movimento, bancos e instituições financeiras esperam maior estímulo ao crédito imobiliário. O CMN também aprovou a liberação de mais recursos da poupança e elevou a cota de financiamento, o que deve facilitar a aquisição de imóveis no país.
Investimentos e orçamento do FGTS para 2026
Além da ampliação do limite, o Conselho Curador deve votar o orçamento do FGTS para o próximo ano. A previsão é de R$ 160 bilhões destinados a financiamentos habitacionais e projetos de saneamento em 2026.
Desse montante, R$ 144 bilhões devem ser reservados para o programa Minha Casa Minha Vida, que continua sendo a principal iniciativa de acesso à moradia no país.
A expectativa é que as decisões fortaleçam o mercado imobiliário, impulsionem o setor da construção civil e ampliem o uso do FGTS em benefício dos trabalhadores.
O uso do FGTS pelo governo federal
O FGTS é uma das principais fontes de recursos para políticas habitacionais no Brasil.
O dinheiro depositado mensalmente pelos empregadores nas contas dos trabalhadores é aplicado em programas que estimulam a compra da casa própria, como o Minha Casa Minha Vida e financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Esses recursos rendem juros e, ao mesmo tempo, retornam à economia por meio de empréstimos com taxas menores que as do mercado tradicional.
Assim, o fundo cumpre duas funções: garante uma reserva ao trabalhador e financia o desenvolvimento urbano, ajudando milhões de famílias a conquistarem moradias com condições mais acessíveis.