O debate sobre o salário mínimo voltou ao centro das atenções com a divulgação das estimativas para 2026. A expectativa é de um aumento significativo, que pode alterar não apenas o piso nacional, mas também diversos benefícios que dependem diretamente dele.
O tema movimenta trabalhadores, aposentados e especialistas que acompanham a discussão do orçamento federal.
De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual, ainda em análise na Câmara dos Deputados, o salário mínimo deve ter um reajuste expressivo no próximo ano. Os números chamam atenção e reforçam a importância de acompanhar a tramitação no Congresso.
Valor previsto para o salário mínimo em 2026
A proposta prevê que o piso nacional passe de R$ 1.518 para R$ 1.631. O acréscimo de R$ 113 representa uma alta de 7,44%. O cálculo considera o INPC acumulado em 12 meses, encerrados em novembro, que ficou em 4,78%, somado ao aumento real de 2,5%.
O INPC, utilizado como referência, é elaborado pelo IBGE e reflete a inflação das famílias que recebem até cinco salários mínimos.
Impacto nas aposentadorias e pensões
Se o projeto for aprovado sem alterações, o novo salário mínimo também reajusta os benefícios sociais vinculados ao piso nacional, como aposentadorias e pensões.
Atualmente, 70% dos segurados do INSS recebem exatamente um salário mínimo, somando cerca de 28 milhões de beneficiários.
Reajuste para quem recebe acima do piso
Para os segurados que ganham acima do salário mínimo, o cálculo segue outra regra: o INPC acumulado no ano.
O governo projeta uma correção de 4,66% para esses benefícios, considerando a estimativa do índice entre janeiro e dezembro de 2025.
Segundo o Ministério do Planejamento, essa previsão foi utilizada no PLOA com base na Grade de Parâmetros Macroeconômicos divulgada em julho do ano passado.
Como organizar o orçamento com o novo salário mínimo
Com a previsão de reajuste no salário mínimo, muitos trabalhadores e aposentados começam a pensar em como administrar melhor a renda. Mesmo com o aumento previsto, especialistas costumam lembrar que organizar o orçamento continua sendo fundamental para evitar aperto ao longo do ano.
A mudança de valor pode ser uma boa oportunidade para rever gastos e criar novos hábitos financeiros.
Uma das estratégias mais simples é reavaliar despesas mensais. Antes mesmo de o novo salário mínimo entrar em vigor, vale listar tudo o que pesa no orçamento e identificar o que pode ser reduzido.
A ideia é abrir espaço para prioridades, como alimentação, transporte e saúde, além de montar uma pequena reserva para emergências.
Outra dica importante é acompanhar com mais atenção os preços do dia a dia. Como o reajuste do salário mínimo é calculado a partir do INPC, um índice que mede a inflação para as famílias de menor renda, boa parte dos consumidores sente diretamente as variações de preços.
Monitorar ofertas em supermercados, farmácias e serviços ajuda a manter o controle dos gastos.
Por fim, quem recebe aposentadoria ou pensão pode aproveitar o novo valor para organizar pagamentos, evitar atrasos e planejar compras maiores com antecedência. Mesmo um aumento aparentemente pequeno pode fazer diferença quando usado com planejamento e cautela.
