A médica Thaisa Hoffmann, investigada em um dos maiores escândalos recentes envolvendo o INSS, tenta deixar a prisão em regime fechado e migrar para o domiciliar.
A defesa sustenta que ela precisa permanecer próxima do filho de 1 ano, que segue sendo amamentado. O pedido foi encaminhado ao STF e aguarda análise.
Thaisa é casada com Virgílio de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social.
Ambos foram presos na quinta-feira (13/11) durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de propinas ligado aos descontos indevidos aplicados a aposentados do INSS.
O que motivou o pedido ao STF
Segundo a defesa, a criança passou a ser levada até a carceragem da Polícia Federal, no Paraná, para ser amamentada.
Os advogados alegam que a situação reforça a necessidade de permitir que a médica cumpra prisão em casa. O habeas corpus está sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, que ainda não tomou uma decisão.
O filho está sob cuidados da avó. As advogadas Izabella Borges e Bruna Borges, junto ao advogado Maurício Moscardi Grilo, argumentam que não há justificativa para manter Thaisa em regime fechado.
Acusações e valores investigados
De acordo com as investigações, Thaisa seria a responsável por intermediar pagamentos de propinas feitos por lobistas e empresários ao marido. Em troca, Virgílio teria atuado para favorecer associações envolvidas na chamada “farra dos descontos indevidos” no INSS.
As suspeitas incluem repasses expressivos: somente da Conafer, entidade no centro da nova fase da operação, teriam sido pagos R$ 6,6 milhões ao casal.
Além disso, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, teria repassado outros R$ 7,5 milhões.
O lobista também transferiu para Thaisa um Porsche Taycan, veículo avaliado em mais de R$ 500 mil.
Operação Sem Desconto segue avançando
A prisão do casal marcou mais um capítulo da Operação Sem Desconto, que revelou um amplo esquema envolvendo entidades, lobistas e servidores ligados ao INSS.
As investigações continuam, e novas medidas podem ser adotadas a depender da decisão do STF sobre o pedido de Thaisa.
É possível se proteger de descontos indevidos do INSS?
Para evitar prejuízos, aposentados e pensionistas devem acompanhar com frequência o extrato de pagamentos do INSS, disponível no Meu INSS.
Ao identificar qualquer desconto desconhecido, é importante contestar imediatamente pela plataforma ou pelo telefone 135. Outra recomendação é não fornecer dados pessoais a desconhecidos, especialmente CPF, número do benefício e senha.
Beneficiários também devem desconfiar de ofertas de associações, sindicatos ou serviços que não foram solicitados.
Em caso de cobrança irregular, é possível abrir uma reclamação formal e pedir a suspensão imediata do débito. Essas medidas ajudam a reduzir riscos e garantem mais segurança ao beneficiário.