quinta-feira,
20 de novembro de 2025

INSS: investigada por farra dos descontos pede prisão domiciliar ao Supremo

Médica investigada por esquema de propinas ligado ao INSS pede ao STF para cumprir prisão em casa, alegando necessidade de cuidar do filho de 1 ano

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A médica Thaisa Hoffmann, investigada em um dos maiores escândalos recentes envolvendo o INSS, tenta deixar a prisão em regime fechado e migrar para o domiciliar. 

A defesa sustenta que ela precisa permanecer próxima do filho de 1 ano, que segue sendo amamentado. O pedido foi encaminhado ao STF e aguarda análise.

Thaisa é casada com Virgílio de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social. 

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Ambos foram presos na quinta-feira (13/11) durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de propinas ligado aos descontos indevidos aplicados a aposentados do INSS.

O que motivou o pedido ao STF

Segundo a defesa, a criança passou a ser levada até a carceragem da Polícia Federal, no Paraná, para ser amamentada. 

Os advogados alegam que a situação reforça a necessidade de permitir que a médica cumpra prisão em casa. O habeas corpus está sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, que ainda não tomou uma decisão.

O filho está sob cuidados da avó. As advogadas Izabella Borges e Bruna Borges, junto ao advogado Maurício Moscardi Grilo, argumentam que não há justificativa para manter Thaisa em regime fechado.

Acusações e valores investigados

De acordo com as investigações, Thaisa seria a responsável por intermediar pagamentos de propinas feitos por lobistas e empresários ao marido. Em troca, Virgílio teria atuado para favorecer associações envolvidas na chamada “farra dos descontos indevidos” no INSS.

As suspeitas incluem repasses expressivos: somente da Conafer, entidade no centro da nova fase da operação, teriam sido pagos R$ 6,6 milhões ao casal. 

Além disso, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, teria repassado outros R$ 7,5 milhões.

O lobista também transferiu para Thaisa um Porsche Taycan, veículo avaliado em mais de R$ 500 mil.

Operação Sem Desconto segue avançando

A prisão do casal marcou mais um capítulo da Operação Sem Desconto, que revelou um amplo esquema envolvendo entidades, lobistas e servidores ligados ao INSS. 

As investigações continuam, e novas medidas podem ser adotadas a depender da decisão do STF sobre o pedido de Thaisa.

É possível se proteger de descontos indevidos do INSS?

Para evitar prejuízos, aposentados e pensionistas devem acompanhar com frequência o extrato de pagamentos do INSS, disponível no Meu INSS. 

Ao identificar qualquer desconto desconhecido, é importante contestar imediatamente pela plataforma ou pelo telefone 135. Outra recomendação é não fornecer dados pessoais a desconhecidos, especialmente CPF, número do benefício e senha. 

Beneficiários também devem desconfiar de ofertas de associações, sindicatos ou serviços que não foram solicitados.

Em caso de cobrança irregular, é possível abrir uma reclamação formal e pedir a suspensão imediata do débito. Essas medidas ajudam a reduzir riscos e garantem mais segurança ao beneficiário.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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