sexta-feira,
28 de novembro de 2025

INSS tem novo impasse após pedido de afastamento envolvendo diretora

Presidente do INSS pede o afastamento de diretora ligada a Alessandro Stefanutto, preso por esquema de descontos ilegais. Entenda o pedido

- Anúncio -

O clima no INSS voltou a se tensionar após um pedido formal do presidente do órgão, Gilberto Waller. Ele encaminhou um documento ao Ministério da Previdência solicitando que a diretora Léa Bressy Amorim seja retirada temporariamente das funções. 

A justificativa está relacionada à ligação pessoal dela com o ex-presidente Alessandro Stefanutto.

O pedido foi enviado nesta quarta-feira (19), poucos dias depois de Stefanutto ser preso durante uma operação da Polícia Federal. A ação investiga um esquema milionário de descontos ilegais que atingiu aposentados e pensionistas do INSS.

Baixe nosso aplicativo!

Fique por dentro das notícias dos seus benefícios e direitos.

Download Grátis

Por que o presidente do INSS quer o afastamento?

No ofício obtido pela imprensa, Waller afirma que Léa Bressy Amorim ocupa a Diretoria de Tecnologia da Informação e também é responsável por assumir a presidência do INSS na ausência do titular. 

Ele destaca que a proximidade pessoal dela com Stefanutto pode comprometer a imagem institucional, especialmente em meio às apurações.

A intenção, segundo o documento, é garantir que o órgão permaneça alinhado à investigação e demonstre total colaboração com as autoridades.

Ministério da Previdência pede mais esclarecimentos 

Após receber o pedido, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, respondeu ao presidente do INSS cobrando detalhes.

Ele solicitou que Waller aponte, de forma objetiva, quais condutas, irregularidades ou possíveis crimes justificariam o afastamento da servidora.

Como funciona o esquema investigado no INSS

A operação que levou à prisão de Stefanutto revelou um esquema de descontos irregulares aplicados entre 2019 e 2024. 

Segundo a Polícia Federal, o grupo envolvido retirava valores mensais de aposentados e pensionistas como se eles fossem associados a entidades de apoio, algo que não havia sido autorizado.

As cobranças eram apresentadas como mensalidades de serviços jurídicos, descontos em academias e vantagens em planos de saúde. No entanto, as associações não possuíam estrutura para oferecer o que divulgavam.

De acordo com o que foi relatado à época pelo ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, 11 entidades foram alvo de medidas judiciais. Os contratos firmados com aposentados e pensionistas foram suspensos durante a investigação.

Os crimes sob investigação

A PF apura uma série de crimes relacionados ao esquema, incluindo:

  • inserção de dados falsos em sistemas oficiais
  • formação de organização criminosa
  • estelionato previdenciário
  • corrupção ativa e passiva
  • ocultação e dilapidação patrimonial

As suspeitas somam desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

Como se proteger de descontos indevidos do INSS?

Em meio às investigações, o caso também reacende a necessidade de atenção por parte de aposentados e pensionistas. Uma forma de evitar prejuízos é acompanhar com frequência o extrato de pagamento, verificando cada desconto registrado. 

Ao identificar valores que não reconhece, o beneficiário deve buscar esclarecimentos imediatamente, seja pelo atendimento oficial do INSS ou pelos canais eletrônicos. 

Também é importante desconfiar de ofertas de serviços que prometem vantagens sem explicações claras, já que cobranças injustificadas podem ocorrer quando o segurado não tem informações completas sobre o que está contratando. Manter atenção constante ajuda a prevenir novos problemas.

Compartilhe:

Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

Notícias relacionadas

Mais lidas da semana