A CPMI do INSS volta a se reunir nesta segunda-feira (1º), às 16h, para tentar ouvir, mais uma vez, o ex-coordenador-geral de Pagamento de Benefícios da autarquia, Jucimar Fonseca da Silva.
Esta será a terceira tentativa do colegiado, já que o ex-diretor de pagamentos do INSS não compareceu às duas convocações anteriores, justificando as ausências com atestados médicos.
A audiência também inclui o depoimento de Sandro Temer de Oliveira, representante das associações de aposentados e pensionistas AAPPS Universo e APDAP Prev. A presença de Fonseca, porém, é tratada como ponto central pelos integrantes da comissão.
Por que o ex-diretor do INSS é considerado peça-chave
Quando estava na cúpula do INSS, Fonseca participou do processo que liberou, em lote, descontos associativos em benefícios de segurados. A decisão contrariou, segundo membros da CPMI, um parecer da procuradoria especializada da autarquia.
A reativação desses convênios acabou beneficiando entidades que hoje são investigadas tanto pela Polícia Federal quanto pela própria comissão.
Pressão por documentos e explicações
O presidente da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), protocolou na última sexta-feira novos requerimentos para ampliar o acesso do colegiado a informações relacionadas ao INSS.
Entre os pedidos, está a solicitação para que o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, apresente detalhes de notas de auditorias que levaram à suspensão cautelar das averbações de operações de crédito consignado envolvendo Facta Financeira, Cobuccio Sociedade de Crédito Direto S.A., Banco Inter e Paraná Banco S.A.
Segundo o deputado, as ações da CGU resultaram em suspensões cautelares adotadas pelo INSS, o que reforça a necessidade de esclarecimentos.
Gaspar também pediu que o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, envie à comissão relatórios, notas de auditoria e demais documentos produzidos pela autarquia sobre empréstimos consignados, especialmente aqueles encaminhados pela própria CGU.
O que a CPMI quer saber do INSS
Os integrantes da comissão querem entender:
- como o INSS respondeu às recomendações feitas pela CGU sobre consignados
- quais providências foram tomadas para cada apontamento apresentado
- qual o impacto das suspensões cautelares mencionadas nos documentos oficiais
A expectativa é que a sessão desta segunda-feira avance na coleta dessas informações e, principalmente, consiga ouvir Fonseca pela primeira vez.
A sessão desta segunda-feira é vista como decisiva pelos integrantes da CPMI. Para eles, esclarecer os procedimentos internos do INSS e entender a atuação de seus ex-dirigentes é essencial para avançar nas investigações. A expectativa é que novos documentos e depoimentos ajudem a destravar pontos ainda obscuros do caso.