O governo federal revisou para baixo a projeção do salário mínimo de 2026. A nova estimativa apresentada pelo Ministério do Planejamento ao Congresso sugere um valor de R$ 1.627, ligeiramente inferior aos R$ 1.631 inicialmente previstos.
Essa alteração decorre da expectativa de uma inflação mais baixa no fechamento de 2024, o que foi considerado nos cálculos do orçamento do próximo ano.
A previsão reflete o comportamento mais moderado dos preços; em novembro, o IPCA-15 (prévia da inflação) subiu 0,20%, acumulando 4,5% nos últimos 12 meses, alinhado com o teto da meta.
No entanto, o salário mínimo utiliza como referência o INPC, cujo índice será divulgado em 10 de dezembro, quando o valor final será oficialmente definido. Se essa estimativa se confirmar, o reajuste do salário mínimo de 2026 deve girar em torno de 7,2% em comparação ao valor atual.
O impacto desse reajuste é amplo, pois o salário mínimo é a base para diversos pagamentos federais, afetando diretamente a renda de milhões de brasileiros.
De acordo com o Censo Demográfico de 2022 do IBGE, cerca de 35,3% dos trabalhadores no Brasil recebem até um salário mínimo.
Além disso, ele serve como parâmetro para aposentadorias, pensões do INSS, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego, abono salarial e outros programas sociais. Portanto, qualquer aumento nesse piso implica mudanças automáticas nas despesas públicas.
Quanto ao salário mínimo em vigor para 2025, ele foi fixado em R$ 1.518, valor superior à projeção inicial enviada ao Congresso no PLN 26/24, que previa R$ 1.509. O ajuste reflete um aumento de 6,87% sobre os R$ 1.412 pagos anteriormente e foi influenciado pela consolidação dos índices inflacionários utilizados no cálculo.
O histórico recente do salário mínimo mostra um crescimento nominal expressivo ao longo dos últimos dez anos, passando de R$ 788 em 2015 para R$ 1.518 em 2025.
Esse aumento é impulsionado por reajustes anuais que acompanham a inflação e, eventualmente, incluem ganhos reais vinculados ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Entre os principais valores registrados estão:
- 2025: R$ 1.518 (+7,9%)
- 2024: R$ 1.412 (+6,97%)
- Maio/2023: R$ 1.320 (+1,38%)
- Janeiro/2023: R$ 1.302 (+7,43%)
- 2022: R$ 1.212 (+10,18%)
- 2021: R$ 1.100 (+5,26%)
- Fevereiro/2020: R$ 1.045 (+0,58%)
- Janeiro/2020: R$ 1.039 (+4,11%)
- 2019: R$ 998 (+4,61%)
- 2018: R$ 954 (+1,81%)
- 2017: R$ 937 (+6,48%)
- 2016: R$ 880 (+11,68%)
- 2015: R$ 788 (+8,84%)
A fórmula utilizada para ajuste do salário mínimo considera dois fatores principais: a inflação medida pelo INPC e o crescimento do PIB de dois anos anteriores. O primeiro componente garante a reposição do poder de compra diante da alta dos preços.
Já o segundo fornece um aumento adicional ou ganho real associado ao desempenho econômico do país; no entanto, esse incremento está limitado a 2,5%, conforme estabelecido pelo arcabouço fiscal para evitar que os reajustes ultrapassem a capacidade financeira do governo.
Essa política busca equilibrar as necessidades de recuperação salarial com a sustentabilidade orçamentária. Ressalta-se que cada R$ 1 adicional no salário mínimo representa um impacto aproximado de R$ 400 milhões nas contas públicas devido à sua influência sobre benefícios e programas sociais federais.