O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a devolver aos aposentados e pensionistas os valores referentes a descontos considerados irregulares em benefícios. A autarquia já repassou o dinheiro a 4.028.031 segurados, somando R$ 2,74 bilhões.
Esses pagamentos fazem parte de um universo maior, formado por 6.184.732 pessoas que relataram ter visto cobranças indevidas em suas aposentadorias e pensões.
As fraudes começaram a ser percebidas em 2019, mas só foram totalmente interrompidas neste ano, depois de uma operação da Polícia Federal realizada em abril, com apoio da Controladoria-Geral da União.
A devolução engloba o que foi descontado entre 2020 e 2025. Além disso, o tema segue sob apuração pela CPMI do INSS no Congresso, que pretende retomar os trabalhos em 2026.
Descontos contestados envolvem 44 entidades
De acordo com o INSS, 44 entidades tiveram descontos questionados por segurados. Em 1.569.630 desses casos, as organizações enviaram documentos, como assinaturas e áudios, que indicariam a autorização dos beneficiários.
Esse material ainda está passando por análise do INSS. Quando a checagem é concluída e a documentação é considerada insuficiente, o segurado tem direito a receber o valor que foi descontado.
Dicas para evitar descontos indevidos
Para muitos segurados, identificar um desconto inesperado no extrato do benefício pode ser difícil, especialmente quando o valor é pequeno e aparece de forma recorrente.
Por isso, algumas práticas simples ajudam a reduzir o risco de cobranças indevidas. O primeiro passo é consultar o extrato do INSS com regularidade. A visualização frequente permite que o segurado perceba rapidamente qualquer valor estranho antes que ele se prolongue por meses.
Outra orientação importante é evitar fornecer dados pessoais por telefone, redes sociais ou abordagens não solicitadas. Tentativas de convencer aposentados a aderir a associações, clubes de vantagens ou serviços diversos costumam ocorrer com promessas vagas.
Quando o segurado não reconhece a oferta, a recomendação é desconfiar e não confirmar nenhuma informação. Em muitos casos, basta uma autorização mal interpretada para que um desconto seja incluído no benefício.
Também é aconselhável guardar comprovantes, mensagens e documentos relacionados a contatos comerciais ou associativos. Essas informações podem ser úteis caso seja necessário contestar algum débito futuramente.
Por fim, acompanhar notícias e comunicados oficiais do INSS ajuda a entender melhor o funcionamento de cobranças autorizadas e a identificar quando um procedimento foge do padrão.
O que fazer ao perceber um desconto indevido no benefício
Quando o segurado identifica um desconto que não reconhece, a ação deve ser imediata. A primeira providência é consultar o extrato detalhado para verificar o nome da entidade responsável pelo débito. Esse passo é fundamental para confirmar se o desconto corresponde a algum serviço contratado ou se se trata de algo totalmente desconhecido.