Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos registraram um novo avanço no início de dezembro e acenderam um alerta sobre o ritmo do mercado de trabalho no país. Os dados mais recentes mostram uma movimentação acima da semana anterior e fora do que parte do mercado esperava.
O número chama atenção não apenas pelo crescimento semanal, mas também por ir na contramão da projeção de analistas, que aguardavam um resultado mais moderado. A divulgação foi feita pelo Departamento do Trabalho dos EUA e considera os pedidos iniciais e continuados do benefício.
Número de pedidos de seguro-desemprego cresce
De acordo com o levantamento oficial, os pedidos iniciais de seguro-desemprego somaram 236 mil na semana encerrada em 6 de dezembro. O total representa um avanço em relação à semana anterior, que teve leitura revisada de 192 mil solicitações.
Além disso, o volume divulgado ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que projetavam 223 mil novos pedidos no período.
Média móvel aponta leve recuo nas solicitações
Apesar do crescimento semanal, a média móvel de quatro semanas apresentou uma leve queda. O indicador recuou mil pedidos em comparação ao valor revisado da semana anterior, ficando em 216.750 solicitações.
Esse dado costuma ser observado com atenção por suavizar oscilações pontuais e oferecer uma visão mais estável do comportamento do seguro-desemprego ao longo do tempo.
Pedidos continuados mostram queda
Já os pedidos continuados de seguro-desemprego, que medem o número de pessoas que seguem recebendo o benefício, ficaram em 1,838 milhão na semana encerrada em 29 de novembro.
O total representa uma redução de 99 mil pedidos em relação à leitura anterior.
A média móvel de quatro semanas dos pedidos continuados também caiu, atingindo 1,918 milhão. Na leitura anterior, esse indicador estava em 1,945 milhão, o que indica uma queda de 27 mil solicitações.
E o que isso muda na sua vida?
Embora o dado do seguro-desemprego se refira à economia dos Estados Unidos, ele pode ter reflexos indiretos no bolso dos brasileiros. Isso porque indicadores do mercado de trabalho norte-americano influenciam decisões econômicas globais, especialmente relacionadas a juros, investimentos e câmbio.
Quando os pedidos de seguro-desemprego sobem acima do esperado, cresce a percepção de que a economia dos EUA pode estar perdendo força. Esse cenário costuma afetar o humor dos investidores internacionais, que passam a reavaliar riscos e realocar recursos entre países.
No Brasil, esse movimento pode se refletir principalmente no câmbio. Alterações no fluxo de investimentos estrangeiros tendem a pressionar o dólar, o que impacta preços de produtos importados e, indiretamente, a inflação.
Além disso, mudanças na expectativa sobre a economia americana influenciam decisões de política monetária em diversos países, inclusive no Brasil.
Por isso, mesmo sendo um dado externo, o comportamento do seguro-desemprego nos EUA é acompanhado de perto por analistas e autoridades econômicas brasileiras, já que seus efeitos podem chegar ao consumidor final.